O Brasil do Depois
Desde os tempos da minha avó, eu ouvia dizer que “brasileiro só se previne depois de roubado”. E isto ainda ocorre nos dias de hoje. O efeito Santa Maria é o mais evidente, pelo tamanho da tragédia, com centenas de vidas ceifadas no vigor da mocidade.
Agora, para onde vou, em qualquer parte do Brasil, vejo um contingente do corpo de bombeiros, com suas jaquetas identificadas de “fiscalização”, adentrando em certos estabelecimentos, mesmo onde, aparentemente, não há riscos iminentes por serem ambientes abertos. Mas, como uma coisa puxa outra, descobrem outras irregularidades, a exemplo de falta de alvarás, providências a cargo das prefeituras. Aí vem a culpa na burocracia do serviço público, cada um apontando o outro pelo atraso disso ou daquilo. Deixaram para depois o que devia ter sido feito antes.
Saindo desse exemplo do “efeito Santa Maria”, vemos outros casos que decorrem semelhantemente do “não ter feito antes”. Algumas pessoas são dignas, honestas, probas, éticas, até que assumem um cargo importante na esfera nacional. Surgem manifestações de todo tipo, apontando a sujeira do seu currículo, os chamados “fichas-sujas”, quando na área política. Então, por que não adotaram o “pré-requisito” exigido para nós, cidadãos comuns, quando nos submetemos a qualquer cargo público?
Infelizmente, é essa mania de deixar tudo para depois, que sofremos as conseqüências nefastas, por não termos cuidado da prevenção, que é o “fazer antes”.
Por conta disso, há muitos fichas-sujas comandando o barco dos fichas-limpas.