CASTELO DE ADOLFO
Por Carlos Sena
Estou sem PAPA. Meu Deus, que fazer sem PAPA? Hoje é sexta-feira e eu não sei se vou suportar aguentar tantos dias sem PAPA. PAPAREI o quê nesta noite e amanhã durante todo o dia e... Depois e depois? Vou entrar pelo cano. Vai-te cano que eu não quero entrar em tubo. Vou pro castelo de Adolfo descansar. Ele fica no alto da serra de Santa Terezinha, na minha terra em Bom Conselho de Papacaça. Mas, e Adolfo? Adolfo deu a ordem numa fumacinha branca vinda lá do pé da serra do seu Castelo. Casto esse Adolfo. Além de tudo ele é músico. Toca do alto de seu castelo uma harpa translúcida com clave de sol e de dó. Com clave Adolfo sempre assina suas composições nostálgicas lembrando do dia em que não conhecia a clave, mas vivia no sol a pino carpindo rosários de contas em madrepérola. Madre é mesma uma pérola ofuscante do castelo de Adolfo. Mas pouco disso tudo me consola diante da minha falta de PAPA. Pode ser de maizena, pode ser de massa puba, pode ser de farinha de mandioca. Tudo isso no castelo de Adolfo tem. Papas na língua? Não sei se tem. Perto da lingua tem o céu da boca - boca oca de vento em popa pra esfriar a papa quente da boca quente do Castelo de Adolfo. Mas Adolfo não me deu bolas, sequer da fumaça branca ele atina. Bate na batina, bate na latrina, late na faxina que a moral escamoteia.
Que vou fazer pra viver SEM PAPA... A metralhadora faz PA-PA-PA-PA e dizima os fanáticos fantásticos que a falsa moral alimental por falta de papas nas linguas. Deixa quieto, que eu vou mesmo me refugiar no Castelo de Adolfo, cumprindo a ordem que ele deu, porque a fumacinha branca ainda não saiu.
Por Carlos Sena
Estou sem PAPA. Meu Deus, que fazer sem PAPA? Hoje é sexta-feira e eu não sei se vou suportar aguentar tantos dias sem PAPA. PAPAREI o quê nesta noite e amanhã durante todo o dia e... Depois e depois? Vou entrar pelo cano. Vai-te cano que eu não quero entrar em tubo. Vou pro castelo de Adolfo descansar. Ele fica no alto da serra de Santa Terezinha, na minha terra em Bom Conselho de Papacaça. Mas, e Adolfo? Adolfo deu a ordem numa fumacinha branca vinda lá do pé da serra do seu Castelo. Casto esse Adolfo. Além de tudo ele é músico. Toca do alto de seu castelo uma harpa translúcida com clave de sol e de dó. Com clave Adolfo sempre assina suas composições nostálgicas lembrando do dia em que não conhecia a clave, mas vivia no sol a pino carpindo rosários de contas em madrepérola. Madre é mesma uma pérola ofuscante do castelo de Adolfo. Mas pouco disso tudo me consola diante da minha falta de PAPA. Pode ser de maizena, pode ser de massa puba, pode ser de farinha de mandioca. Tudo isso no castelo de Adolfo tem. Papas na língua? Não sei se tem. Perto da lingua tem o céu da boca - boca oca de vento em popa pra esfriar a papa quente da boca quente do Castelo de Adolfo. Mas Adolfo não me deu bolas, sequer da fumaça branca ele atina. Bate na batina, bate na latrina, late na faxina que a moral escamoteia.
Que vou fazer pra viver SEM PAPA... A metralhadora faz PA-PA-PA-PA e dizima os fanáticos fantásticos que a falsa moral alimental por falta de papas nas linguas. Deixa quieto, que eu vou mesmo me refugiar no Castelo de Adolfo, cumprindo a ordem que ele deu, porque a fumacinha branca ainda não saiu.