UMA VIDA SOFRIDA
 

Tive o infortúnio de assistir o sofrimento de uma família, ao serem despejadas de sua moradia por falta de pagamento do aluguel. O chefe desta família encontrava-se desempregado. Como se não bastasse, eles não sabiam o que iriam comer, pois nada tinham para fomentar a necessidade dos seus filhos. O patriarca da família, além de analfabeto, estava sem conseguir emprego que o ajudasse a poder manter a necessidade básica da sua família. O desespero tomou conta de todos. Os filhos a chorarem por sentirem fome. A esposa a se lamentar, sem saber o que fazer para minimizar aquele sofrimento, pois por ter filhos bebê não conseguia arranjar um emprego como domestica. Já havia muitos anos que conviviam com esta situação. Os bicos que o chefe da família fazia gerava pouco dinheiro para manutenção da família. O tempo foi passando sem que uma luz no horizonte se fizesse aparecer. Recorriam às orações como uma forma de amenizar aquele sofrimento. Procuraram na mendicância uma forma de angariar um trocado para compra de mantimentos. Outras vezes algumas pessoas ajudavam com alguns alimentos não perecíveis, o que, de certa forma, contribuía para amenizar a fome. Quando nada tinham em casa, colocavam as crianças para dormir a fim de esquecerem o que estavam sentindo, fome. O barraco que ora estavam morando foi construído numa praça com restos de papelão e madeira encontrados no lixo. À noite as crianças saiam pelas ruas próximas aos bares a fim de coletarem latinhas para vender. Nos lixos próximos aos restaurantes costumavam a procurar restos de alimentos para matar a fome. Algumas entidades religiosas distribuíam mingau com pão, à noite, o que para eles era como se fosse um verdadeiro banquete. E desta forma eles iam passando a sua vida. As crianças sem um mínimo de oportunidade para estudar. Tornar-se-iam, no futuro, filhos criados na rua. Não tinham a menor chance de ser alguém na vida. Alguma coisa deveria ser feito. Como pode, como filho de Deus, uma família passar tanto sofrimento, enquanto uma minoria desfruta de uma vida abastada!
A sociedade bem que poderia atentar para esta situação. Porem é mais fácil transferir para os poderes públicos esta responsabilidade. Creio que todos estão inseridos neste contesto. A sociedade unindo forças com os poderes públicos com certeza amenizariam, significativamente, o sofrimento de varias famílias que estão carentes de tudo que a vida poderia lhes proporcionar. É lamentável que nada seja feito para que isto ocorra. Ninguém assume a responsabilidade. As discussões em torno deste assunto chegam a levar anos sem que haja solução. Os nossos representantes sempre sugerindo melhorias para todos, sem, contudo apresentarem projetos e decidirem a sua aplicação. A mídia propaga, diariamente, a situação do povo que se encontra abaixo da linha de pobreza. Ninguém pode afirmar que desconhece este problema, vez que o quadro que se apresenta tem sido divulgado pelas emissoras de televisão e jornais. Ser pobre não é demérito para ninguém, porem, viver uma vida miserável é degradante para um ser vivo. Lembremos que somos filho de um mesmo Pai. Se cada um fizer um pouco tenho certeza que reduziremos de alguma forma o numero de famílias sofridas.
Leonel Farias
Enviado por Leonel Farias em 01/03/2013
Reeditado em 11/10/2013
Código do texto: T4165626
Classificação de conteúdo: seguro