SUPERAÇÃO
Superei barreiras, saltei estrelas, transpus obstáculos dos mais variados tamanhos e níveis de dificuldades. Não me dei por vencida!
Minha mãe à beira do tanque, trinta e oito anos (que mais pareciam quarenta e oito), sete filhos homens paridos antes de mim, barriga imensa, pernas e pés inchados, quebrei parâmetros - nasci sozinha. O médico chegou depois apenas para cortar o cordão umbilical que insistia em manter-me ligada a minha mãe. Assim fomos por toda a vida, quando ela me deixou, com meus inocentes treze anos de idade. Não me abalei!
Um pai opressor (daqueles que achavam que a filha virava puta só por andar de bicicleta), antes de minha mãe morrer, aos cinqüenta anos de idade, ainda vi nascer mais dois irmãos caçulas. Tomei conta de todos, daí para diante. Magrinha, frágil, tímida, constantemente doente, levei até quando pude. Não me deixei desanimar facilmente!
Aos vinte anos, exausta de bater na mesma tecla, queria crescer. Meus pensamentos e ideais iam muito mais além daquelas paredes descascadas de minha velha casa, muito mais adiante do que as fronteiras daquela pequena cidade que me viu nascer. Fugi! Esquivei-me de todos os laços que me prendiam a minha vida insignificante e fui atrás de meus sonhos. Não os esqueci em uma gaveta do tempo, se desmanchando!
É a vida que segue, vandalizando caminhos, derrubando esperanças, anulando sonhos... Mas eu lutei com unhas e dentes para não deixar que as adversidades surgidas a cada dia mais, truncando meus caminhos, espalhando pedras pontiagudas pelos becos escuros e sem saída, me tolhessem a vontade - que era o que me prendia à vida. Por que agora, no limiar de uma nova etapa, com idade suficiente para escolher o rumo certo, eu deporia as armas de que disponho e me daria por vencida nesta batalha que se chama vida?
Superei barreiras, saltei estrelas, transpus obstáculos dos mais variados tamanhos e níveis de dificuldades. Não me dei por vencida!
Minha mãe à beira do tanque, trinta e oito anos (que mais pareciam quarenta e oito), sete filhos homens paridos antes de mim, barriga imensa, pernas e pés inchados, quebrei parâmetros - nasci sozinha. O médico chegou depois apenas para cortar o cordão umbilical que insistia em manter-me ligada a minha mãe. Assim fomos por toda a vida, quando ela me deixou, com meus inocentes treze anos de idade. Não me abalei!
Um pai opressor (daqueles que achavam que a filha virava puta só por andar de bicicleta), antes de minha mãe morrer, aos cinqüenta anos de idade, ainda vi nascer mais dois irmãos caçulas. Tomei conta de todos, daí para diante. Magrinha, frágil, tímida, constantemente doente, levei até quando pude. Não me deixei desanimar facilmente!
Aos vinte anos, exausta de bater na mesma tecla, queria crescer. Meus pensamentos e ideais iam muito mais além daquelas paredes descascadas de minha velha casa, muito mais adiante do que as fronteiras daquela pequena cidade que me viu nascer. Fugi! Esquivei-me de todos os laços que me prendiam a minha vida insignificante e fui atrás de meus sonhos. Não os esqueci em uma gaveta do tempo, se desmanchando!
É a vida que segue, vandalizando caminhos, derrubando esperanças, anulando sonhos... Mas eu lutei com unhas e dentes para não deixar que as adversidades surgidas a cada dia mais, truncando meus caminhos, espalhando pedras pontiagudas pelos becos escuros e sem saída, me tolhessem a vontade - que era o que me prendia à vida. Por que agora, no limiar de uma nova etapa, com idade suficiente para escolher o rumo certo, eu deporia as armas de que disponho e me daria por vencida nesta batalha que se chama vida?
(Milla Pereira)