Motorista

A mão posta fora da janela do ônibus denunciava que o motorista era um homem de meia idade, casado.

Olhei mais atentamente para aquela mão que ali se deixava ficar.Pus-me a pensar na vida que seu dono deveria levar. O dia todo dirigindo sob um sol abrasador, sob fortes tempestades ou frio cortante. Agora, estava ali, sobre o calor do asfalto que se derretia sob as rodas do veículo que dirigia. Imaginei o que aquele homem, que conduzia tantas pessoas durante seu dia de trabalho, pensava sobre a vida e sua profissão de motorista, de condutor de almas... Talvez nem tivesse se dado conta de sua importância, talvez nem a si soubesse conduzir...