FÉ
Tema que certamente traz em seu bojo a semente da polêmica, não desejo com esse artigo, absolutamente despretensioso e sem qualquer sentido religioso; ou seja, que não se pretende discutir essa ou aquela religião mas a RELIGIOSIDADE das pessoas e por em discussão como poderíamos mensurar o seu tamanho, para não usar outra medida – que, alternativamente, poderia ser também a FORÇA DA FÉ DE CADA UM; e ao fim desse teste chegarmos a alguma conclusão incontestável.
Por quê as pessoas só pensam em Deus quando estão com problemas ? De onde vêm essa fé que nasce de uma necessidade material e, não raro, imediatista ? Por quê as pessoas, via de regra, barganham com Deus, oferecendo esse ou aquele sacrifício se os seus pedidos e desejos forem atendidos ? Se o forem, tornam-se devotos desse ou daquele santo ou “entidade” , afiliam-se àquela Igreja, Sociedade Secreta, Centro de Umbanda ou de Candomblé, tornam-se Kardecistas e passam a seguir os seus ritos, geralmente para se assegurarem de que os desejos serão, de fato atendidos na sua totalidade e/ou aproveitam-se dessa oportunidade para deixarem os seus “cadastros” prontos, pois que afinal, nunca se sabe quando um outro “aperto” surgirá ?
E se, por outro lado, apesar de todos os esforços, não lograrem êxito; se nada acontecer ? Abandonam a suposta fé e procuram algum profissional que saiba interpretar os jogos de tarot, runas, numerologia, quiromancia ou encomendam o mapa astral para conhecer o seu futuro e ali, talvez, encontrar a resposta para a sua necessidade ?
Contudo, o pressuposto da fé continua a existir também nesse particular, pois que se é esperado que as cartas, pedras ou mapa digam o que deverá acontecer com relação ao seu problema, dúvida ou ansiedade, o sujeito continua a vestir a túnica da fé ? O dicionário Aurélio diz que fé seria “o conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto” mas também que seria ou poderia ser interpretada como “ firmeza na execução de uma promessa ou de um compromisso” !!!
Já ouvi relato de pessoas que passaram a freqüentar determinada igreja e para ela contribuírem, indefinidamente, depois de haverem pedido um emprego e essa graça haver sido alcançada dias depois. Terá sido essa “graça” objeto da intercessão de algum padre ou pastor ou líder religioso junto a Deus ou aquele emprego seria dele de toda maneira ? Não poderíamos, pedindo que me perdoem a comparação; o sujeito estar sentindo dores de barriga e, atendendo a sugestão de A, ingerido chá de casca de limão e ao mesmo tempo, por sugestão de B, uma pílula de analgésico qualquer e a dor, simplesmente cessar ??!!!. Terá sido obra do chá ou do analgésico, ou de ambos ou de nenhum dos dois ?
Antes que possa estar a passar a idéia de não creio em Deus, afirmo que a fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. Ela requer raciocínio e o livre-arbítrio. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. Então a criatura crê, porque tem certeza e ninguém tem certeza senão porque compreende.
Qual é, então, o tamanho da sua fé ?