A inconsistência do ser humano
Muitas vezes, ou quase sempre uma ideia toma conta de mim e fica como que martelando na minha cabeça. Mas sempre tive o cuidado de não ser chato e não ficar me repetindo para os outros. Lembro-me bem que meu velho pai costumava me dizer: - “não se repita, não se repita, você está floreando muito a sua história”. Pois é, já disse nas minhas crônicas que não sou eu, se não me repito.
Assim, os leitores vão ter que aturar minhas repetições. Procuro nas reiterações apresentar uma novidade, em respeito ao amigo ou amiga. Não sou, felizmente, como aquelas pessoas que batem numa tecla só a vida inteira, não conseguem encontrar variantes, embora o assunto seja o mesmo. Isso, sim, é que é repetição cruel...
Mas vamos lá para as minhas repetições. É que já disse que o grande Einstein afirmava que o ser humano é muito inconsistente e que não valia a pena se aborrecer com ele. Eu poderia dar três exemplos ´verdadeiros dessa inconsistência vividos por mim.
Outro dia soube de um marido que, sem aviso prévio, olhou para sua esposa e disse simplesmente: - “Fulana, por favor, sai da minha casa que não quero viver mais com você”. E ela teve que sair mesmo. Admirável essa fórmula de resolver um problema. De “estalo”. O maridão evitou aquele sai- não- sai, explica- pra lá- explica pra cá! Tudo solucionado em um só tempo!
O outro caso que me recordo aconteceu há muito tempo, uns quarenta anos. Um belo dia, meu amigo do peito, Miguel, me chama e confidencia: - “Gilberto, você sabe que estou noivo com uma ótima moça. No entanto, apaixonei-me por uma baiana, nas férias passadas, e acabo de fazer uma carta desmanchando o noivado. Quero que você vá comigo até o apartamento dela. Você fica dentro do elevador, enquanto eu entrego a carta para ela e corro para o elevador, me safando dessa”.
Recordo-me vivamente o que aconteceu. Eu, dentro do elevador, tenso, ouvindo os sussurros do Miguel e a noiva falando alto: - “Miguel, o que é isso? Que carta é essa? Por que você está me entregando essa carta?” Continuava a interrogação da noiva, já soluçando e quase chorando. De repente, meu amigo corre para o elevador e descemos juntos. Eu, solidário com o amigo, e ele ganhando a liberdade para viver o seu tórrido amor.
Pois bem, queridos leitores, depois de 20 anos, tenho um reencontro com o amigo. Me diz que está separado, para meu espanto. Ele tinha cinco filhas com a baiana. Pergunto o que aconteceu. Ele me conta: - “Simplesmente, minha esposa me disse para eu sair de casa imediatamente, porque não podia mais ver minha cara” E ele teve que sair. Mais uma decisão de “estalo”, para o meu conhecimento.
O terceiro caso aconteceu em um bairro famoso do Rio, próximo ao Pão de Açucar, um dos lugares turísticos mais visitados do Rio de Janeiro. Um certo marido soube da traição de sua mulher. Era um lutador muito forte e conhecido pelo seu lado de homem “grosso”. Pois bem, amigos, ele morava em uma casa, felizmente. Ao chegar à tardinha em sua residência, ele não teve dúvidas: pegou a mulher e atirou-a pela janela no meio da rua. Mais uma decisão de “estalo”. Não preciso dizer que a mulher nunca mais voltou e nem pediu explicações... Há quem diga que essa história não é verdadeira, que é um caso folclórico da cidade do Rio.
Não quero defender nenhuma tese, mas sou forçado a relembrar que parei de fumar, também, de “estalo”, no dia 23 de setembro de 2007. Será que nossas decisões devem ser fulminantes e rápidas? E será que são acertadas?
Parece que a vida é bastante feita de fantasias, desenganos, avaliações erradas, com muitas trapalhadas. É boa e ruim, esplendorosa e triste, com acertos e erros, com decisões e indecisões. E ficamos lutando o tempo todo por uma estabilidade difícil de encontrar. Nessa dualidade, vamos andando numa corda bamba. Nesta roda viva, os nossos costumes e crenças também vão mudando. O que condenávamos ontem, hoje aceitamos e ainda aplaudimos... E a nossa consistência, aonde fica?
Quando o destino quiser me defrontar, direi com toda calma, baseado na minha farta experiência: -“ Tudo bem, está na hora de ser descartado? Tenho que sair de cena? Certo, mas me retire de “estalo”, sim?
Muitas vezes, ou quase sempre uma ideia toma conta de mim e fica como que martelando na minha cabeça. Mas sempre tive o cuidado de não ser chato e não ficar me repetindo para os outros. Lembro-me bem que meu velho pai costumava me dizer: - “não se repita, não se repita, você está floreando muito a sua história”. Pois é, já disse nas minhas crônicas que não sou eu, se não me repito.
Assim, os leitores vão ter que aturar minhas repetições. Procuro nas reiterações apresentar uma novidade, em respeito ao amigo ou amiga. Não sou, felizmente, como aquelas pessoas que batem numa tecla só a vida inteira, não conseguem encontrar variantes, embora o assunto seja o mesmo. Isso, sim, é que é repetição cruel...
Mas vamos lá para as minhas repetições. É que já disse que o grande Einstein afirmava que o ser humano é muito inconsistente e que não valia a pena se aborrecer com ele. Eu poderia dar três exemplos ´verdadeiros dessa inconsistência vividos por mim.
Outro dia soube de um marido que, sem aviso prévio, olhou para sua esposa e disse simplesmente: - “Fulana, por favor, sai da minha casa que não quero viver mais com você”. E ela teve que sair mesmo. Admirável essa fórmula de resolver um problema. De “estalo”. O maridão evitou aquele sai- não- sai, explica- pra lá- explica pra cá! Tudo solucionado em um só tempo!
O outro caso que me recordo aconteceu há muito tempo, uns quarenta anos. Um belo dia, meu amigo do peito, Miguel, me chama e confidencia: - “Gilberto, você sabe que estou noivo com uma ótima moça. No entanto, apaixonei-me por uma baiana, nas férias passadas, e acabo de fazer uma carta desmanchando o noivado. Quero que você vá comigo até o apartamento dela. Você fica dentro do elevador, enquanto eu entrego a carta para ela e corro para o elevador, me safando dessa”.
Recordo-me vivamente o que aconteceu. Eu, dentro do elevador, tenso, ouvindo os sussurros do Miguel e a noiva falando alto: - “Miguel, o que é isso? Que carta é essa? Por que você está me entregando essa carta?” Continuava a interrogação da noiva, já soluçando e quase chorando. De repente, meu amigo corre para o elevador e descemos juntos. Eu, solidário com o amigo, e ele ganhando a liberdade para viver o seu tórrido amor.
Pois bem, queridos leitores, depois de 20 anos, tenho um reencontro com o amigo. Me diz que está separado, para meu espanto. Ele tinha cinco filhas com a baiana. Pergunto o que aconteceu. Ele me conta: - “Simplesmente, minha esposa me disse para eu sair de casa imediatamente, porque não podia mais ver minha cara” E ele teve que sair. Mais uma decisão de “estalo”, para o meu conhecimento.
O terceiro caso aconteceu em um bairro famoso do Rio, próximo ao Pão de Açucar, um dos lugares turísticos mais visitados do Rio de Janeiro. Um certo marido soube da traição de sua mulher. Era um lutador muito forte e conhecido pelo seu lado de homem “grosso”. Pois bem, amigos, ele morava em uma casa, felizmente. Ao chegar à tardinha em sua residência, ele não teve dúvidas: pegou a mulher e atirou-a pela janela no meio da rua. Mais uma decisão de “estalo”. Não preciso dizer que a mulher nunca mais voltou e nem pediu explicações... Há quem diga que essa história não é verdadeira, que é um caso folclórico da cidade do Rio.
Não quero defender nenhuma tese, mas sou forçado a relembrar que parei de fumar, também, de “estalo”, no dia 23 de setembro de 2007. Será que nossas decisões devem ser fulminantes e rápidas? E será que são acertadas?
Parece que a vida é bastante feita de fantasias, desenganos, avaliações erradas, com muitas trapalhadas. É boa e ruim, esplendorosa e triste, com acertos e erros, com decisões e indecisões. E ficamos lutando o tempo todo por uma estabilidade difícil de encontrar. Nessa dualidade, vamos andando numa corda bamba. Nesta roda viva, os nossos costumes e crenças também vão mudando. O que condenávamos ontem, hoje aceitamos e ainda aplaudimos... E a nossa consistência, aonde fica?
Quando o destino quiser me defrontar, direi com toda calma, baseado na minha farta experiência: -“ Tudo bem, está na hora de ser descartado? Tenho que sair de cena? Certo, mas me retire de “estalo”, sim?