A ORAÇÃO.

A oração é pessoal, segredada, egoísta, altruísta, remissiva, doadora, recebedora, credora ou devedora, projetada, circunscrita, dispersa, concentrada, aclamadora, indulgente. Não pertence senão ao que reza.

Ninguém deve julgar o que é ou não de Deus, pois ninguém o conhece.

A ponte da fé não permite a afirmação do que desconhece. A fé é imanente, personalíssima

O que é de Deus ? Tudo, a consolação, o caminho, a súplica de todas as vestes, quem reza e a reza.

Só a presunção dos ascetas da verdade exclusiva, que nem Cristo definiu a Pôncio Pilatos quando perguntado, dizendo que veio fazer justiça, pode pretender assentar. Só Deus sabe o que é seu, e como Pai é de todos.

O justo não ousa julgar orações por não se julgar o que se desconhece, só o que é ofertado com igualdade de partes e conhecido em todas as facetas pode obter julgamento, ainda assim com a erronia humana.

O QUE QUERES QUE TE FAÇA?

Que me deixe rezar em paz, com meus pecados e virtudes, que só eu conheço por só eu ter caminhado meu caminho.

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Estratégia da floresta negra espiritual

Essa raça perversa e adúltera pede um milagre!

Mas não lhe será dado outro sinal senão o de Jonas.

Evangelho de S. Mateus, cap. 16, vers. 4.

A meditação

Minhas sessões com meu psicoterapeuta me fazem muito bem, mas ainda me falta algo. Você não pensa que algumas “sessões” de adoração me permitiram ficar ainda melhor?

Essa observação nos remete sobre a nossa maneira de viver a fé. O que busco em minhas orações e nesse retiro? Uma relação mais íntima com Deus e com meus irmãos ou um simples bem estar um pouco egoísta. As consolações que recebemos em nossa vida de fé são importantes, mas não são de Deus. Na realidade, elas apenas me são dadas para me colocar no caminho e a manter a velocidade quando a ladeira for demasiado íngreme. Atenção, pois, para jamais privilegiar tais consolações em relação ao único Consolador, a preferir as manifestações sensíveis de Deus ao próprio Deus.

O verdadeiro conhecimento de Deus jamais se situa no nível dos sentidos, mas apenas pode ser alcançado mergulhando-se cada vez mais profundamente, sem jamais se deter no caminho.

Como saber então se minha oração é válida e que eu não sucumba à gulodice espiritual?

Santa Teresa d’Ávila nos confere mais uma vez a chave: “A prova de que sua oração foi bem feita é que, ao sair da oração, você apresenta uma caridade pessoal ainda maior”. Se a minha Quaresma não tornar o meu amor por meu irmão ainda maior, então será uma Quaresma inútil em que o “tentador transfigurado em anjo de luz” (Coríntios II, 11,14) terá me enganado!

- O que queres que te faça?

- Ajude-me a, hoje, realizar atos de caridade.

Lucas, cap. 12, vers. 16b-21.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/02/2013
Código do texto: T4154366
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