O LIXO, A MISÉRIA E O NOVO PROGRAMA SOCIAL FEDERAL

Se a presidente Dilma Rousseff desejasse mesmo conhecer os socialmente pobres, bastaria reunir todos os prefeitos e orientá-los para determinarem às Secretarias de Ação Social de seus municípios, buscar nos lixões de todas as cidades do Brasil pessoas que ainda vivem da nobre missão de catar lixo, reciclá-los e vender para matar a fome de suas famílias ou de retirar do lixo restos de comidas quase podres para a alimentação diária. Mas temos que separar as coisas: nem todas as pessoas que mendigam e coletam restos de alimentos no lixo para matar sua fome são lixos também, como quer fazer crer o Governo Federal.

E nem todas as pessoas que vivem do lixo ou no lixo ganham abaixo de 70 reais; muitos ganham até mais e não pagam qualquer tipo de imposto. Isso precisará ser identificado também no levantamento que deve ser iniciado pelas Secretarias de Ação Social!

Esse Brasil invisível, a presidente Dilma não quer admitir que ele ainda exista como uma herança maldita da ainda péssima distribuição de renda para as mulheres, a falta de cumprimento de grande parte dos programas sociais aprovados como um “direito de todos” pela Constituição de 1988.

De lá para cá, 25 anos já decorreram e muita coisa mudou, mas duvido que o Governo Federal consiga erradicar totalmente à miséria extrema até a Copa de 2014, para os turistas verem como o país mudou para “melhor” no Governo do PT, porque se a presidente Dilma Rousseff vai se relançar a mais um mandato como o anunciado, lhe faltaria discurso para o palanque!

Algumas coisas ainda continuarão existindo para justificar novos programas políticos futuros e a pobreza será mais um tema de campanha para a próxima eleição. Não nego que muita coisa melhorou no Brasil, mas outras tantas como a inflação, a falta de moradia, o tratamento dos dependentes químicos em clínicas públicas em todo o país – exceção para os Estados do Rio e São Paulo – continuam estagnada. Mas isso ficará para uma nova crônica.

É melhor a presidente Dilma Rousseff convocar todos os prefeitos do Brasil e orientá-los que eles foquem suas metas para encontrar esse novo público alvo. Não será difícil encontrá-los nas caixas de lixo das Feiras Públicas, nos lixões à céu aberto, exercendo a nobre missão de catar e reciclar o lixo pela falta de um programa de caráter nacional que caminhe nesse rumo. Existem alguns programas pontuais, mas só isso não resolverá muita coisa.

É preciso, também, que o Governo Federal assuma sua responsabilidade e comece a agir, implantando um programa público para tratar os dependentes químicos de uma forma geral, pagando ou contratando espaços e leitos nos serviços de saúde estaduais e municipais para tratamento e recepção de pessoas dependentes químicos, o que inibiria pequenos furtos ou grandes assassinatos cometidos por pessoas doentes e necessitando consumir mais drogas que roubam e matam por nada.

Não dá mais para permanecer somente nas Igrejas Católica e Evangélica esse serviço de recuperação de dependentes químicos sem que haja todo um programa que lhes resguarde do Governo Federal. Também não é mais possível se tratar somente o dependente químico porque todos da família adoecem junto com o dependente químico e precisam mudar para novos locais, ter emprego, trabalho e renda para tratá-los depois da recuperação química.!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 21/02/2013
Reeditado em 21/02/2013
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