BANANEIRA E SUAS FILHAS
Assim que voltei de viagem, percebi que havia novidade em meu quintal. Fui mais perto, lá estava a imensa bananeira mãe, com um cacho agarrado a ela, começando a se formar. Fiquei feliz, ao vê-la dando frutos, mas a felicidade maior, foi ver bem junto a ela, duas filhas, que dela brotaram, enquanto eu estava viajando.
Fiquei ali, a admirá-la em sua beleza, suas folhas imensas, brilhavam ao sol. Ela parecia me dizer da alegria que lhe ia na alma (sim, pois, acredito que em tudo exista uma espécie de alma) por ter em minha ausência sido tão produtiva, e gerado duas filhas, e um viçoso cacho de bananas.
Sentei em minha espreguiçadeira, de frente para ela, não conseguia tirar meus olhos daquela imagem linda, da bananeira mãe, e suas crias, crescendo, sob seu olhar cuidadoso.
Inclinei a cabeça para melhor ver os frutos que cresciam a olhos visto, seguro por seu forte tronco. Pensei; logo esses frutos doces, estarão nos bicos dos bem-te-vis, dos sanhaços, das maritacas, e os que sobrarem irão para minha fruteira.
Lembrei-me do dia que eu trouxe a primeira muda de bananeira para casa. Foi no Ceasa, que a comprei, e quem me vendeu, garantiu-me que era uma muda de banana prata. Não acreditei muito, pois sei que a bananeira mais comum é a que produz a banana nanica. Mas, ela cresceu, e nos presenteou com um cacho imenso de bananas prata. Essa primeira bananeira, faz tempo foi cortada, pois cumpriu seu ciclo, mas antes de se dar a holocausto, deixou várias filhas, essa que hoje, está enorme, e vaidosa exibe seus frutos, é uma das filhas, que ela me deixou.
Sem conseguir desgrudar os olhos, daquela imensa bananeira, que com desvelo alimenta um lindo filho em seu seio, ao mesmo tempo que zela por suas duas filhas, ali bem ao lado dela. Pude sentir o amor materno sendo vivido de maneira natural e primitiva, por toda natureza. Esse amor vai se aprimorando, até o dia que chega a se humanizar. Nesse estágio esse sentimento, ganha requintes de um amor beirando ao incondicional.
(foto da autora)