Jarinu- O tomador de cerveja

JARINU- O TOMADOR DE CERVEJA. rl

Para quem não conhece Jarinu, dou umas pinceladas rápidas. Nosso município é agrícola com destaque na produção de morangos e pêssegos. Os sítios predominam, em seguida vem as chácaras de tendência agrícola ou para lazer e vida mansa. Como a extensão territorial é muito grande, os ajuntamentos urbanos são dispersos e em todo o canto se encontra uma venda para tomar uma bebida e jogar conversa fora. Aqui as pessoas não tem estresse e a vida corre firme numa boa, as pessoas se conhecem e gostam do convívio social. Para ser mais exato, já há muito tempo as famílias não colocam cadeiras na calçada à tarde para prosear com quem passa, mas conversam no mercado ou na praça. Para quem conhece cidade pequena nem preciso falar que fofoca é o esporte preferido. Um dia desses disse para um amigo que não há como deixar de perceber o que se passa com outras pessoas e que quando vemos, automaticamente julgamos e que a Biblia alerta “Não julgueis para não serdes julgados”. Ele me confortou dizendo que o julgamento é automático mas podemos guardar nosso conceito. Isso para mim nem é preciso dizer, vejo e me calo, para não dizer que totalmente, apenas coloco no Recanto das Letras. Fiz essa abertura para justificar o relato sobre o tomador de cerveja. Como disse antes Jarinu é um lugar agradável e bom para prosear e então uma cervejinha vai bem. Todos gostam, mas tem quem exagera, o “Geada” é um deles, quando vai tomar uma cervejinha de vez em quando (todo dia ou duas vezes por dia) bebe acima de meia dúzia. Ele é branco mas ao final fica vermelho igual a um peru. Comecei encontrar o “Geada” em um bairro e em outro e sempre com um grande numero de garrafas vazias em sua frente. Teve um dia que o vi em um bar no centro e poucas horas mais tarde estava em uma venda na área rural e aquilo me incomodou. Pensei comigo, como pode uma pessoa agüentar beber tanto? Dessa data em diante seu hábito me chamava a atenção e o encontrava em todo o canto, sorridente cheio de historias e com o copo derramando espuma. Um dia para minha surpresa, passei em frente um boteco e vi dois “Geadas” achei que eu é que estava chapado, então percebi que eram gêmeos. Isto é o que se pode chamar de gêmeos idênticos, parecidos fisicamente e com o mesmo gosto. Entendi então que o “Geada” poderia no máximo tomar uma dúzia de cervejas em um belo dia calorento, mesmo assim ainda é muito. O que mudou para mim é que em vez de um tem dois.

danilos
Enviado por danilos em 20/02/2013
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