IndagAÇÕES( ?)

Como se vive assim?

Corpo repartido,

Mente e peito dividido,

Coração, em desalinho.

Como se caminha assim?

Pés descalços, cansados,

Em busca de um lugar para descansar.

Como se canta assim?

Quando a voz embarga mais que fala.

Quando o fôlego, te falta

E o dizer já não diz mais nada, não significa nada.

Como enxergar assim?

Se o certo, parece INcerto, e o azul, quase sempre, vira cinza.

Se tudo te foge à percepção diante do choro carregado.

Como se sobrevivi assim?

Com a cabeça nas nuvens.

O coração, fora de si, do outro lado.

E teu corpo aqui, quase que errante.

Com tua mente confusa, embaralhada.

Com teu coração comprimindo-se contra o peito, e teus olhos chorando um choro indiferente.

Quando tuas lágrimas lavam teus olhos, mas não conseguem purificar teu coração.

Quando o caminho que se segue é esse, mas você passa mais tempo atentando para aquele outro.

Quando se vive mais lá, do que aqui.

Quando se pensa mais nele do que em você mesmo.

Quando a tua dor é, também, a dor dele.

Quando se empresta os olhos pra chorar um choro que é nosso, mas não te pertence de fato.

Quando a música que se canta é a mesma, mas nunca se cansa.

Quando o por do sol é sempre o mesmo e a noite, nem sempre, tem luar.

Quando se passa mais tempo pensando, do que vivendo.

Quando a vontade de ser feliz é tão grande que já não cabe mais aqui, nem em ti.

Quando ela te escapa em cada esquina maldita, te foge à vista pelas ruas escuras e desertas.

Quando se precisa partir mesmo, querendo ficar.

Você se parte?

Se perde?

Se desconhece?

E isso o que você sente, é medo, receio ou apenas o começo de um novo começo?

Seria este um novo caminhar?

Como a gente sabe, se o nosso coração é enganoso mas não se consegue viver só de razão?

Como a gente sabe a hora certa, e quando ela chegar o que a gente deve fazer?

Você tem as respostas, ou você É a resposta?

Aqui, e agora, talvez, só se tenha a resposta daquilo que se viveu, e teu coração afirmará sem pesar, enquanto tua mente se estabilizar diante do caos certo.

Reges Medeiros
Enviado por Reges Medeiros em 19/02/2013
Código do texto: T4149479
Classificação de conteúdo: seguro