ATÉ QUE ENFIM, UM POLO NAVAL NO AMAZONAS!

Depois da aprovação do requerimento 852/07, que propunha estudos para definir o local para a implantação de um Polo Naval no Amazonas, assinado pelos deputados Sinésio Campos, Adjuto Afonso e Josué Neto, finalmente o Amazonas decidiu seguir uma de suas vocações regionais e implantar na comunidade de Puraquequara, área para desenvolvimento da produção naval,concentrando todos os serviços para alívio de empresas, mas exigirá a implantação de cursos para formação de profissionais para esse novo nicho de economia, pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Depois de aprovado o requerimento no dia 23 de agosto de 2007, o presidente Belarmino Lins constituiu uma a Comissão Especial para discutir e decidir em 60 dias para definir a questão, constituída pelos deputados Sinésio Campos, Francisco Souza, Ricardo Nicolau, Walzenir Falcão e Luiz Castro. Até que enfim, o Estado investirá rumo à verdadeira vocação econômica, sem depender do Governo Federal para mendigar incentivos fiscais.

Concluídos os levantamentos e decidido, o Governo do Amazonas enviou à ALE para votação, aprovação ou rejeição, a proposta de criação, implantação e desenvolvimento de um Pólo Naval na área da comunidade do Puraquequara, na periferia da Manaus mas, felizmente, ligada por estrada e não por rios. Louvo a iniciativa dos deputados da ALE pela coerente e sábia decisão de se voltarem para um das verdadeiras vocações econômicas do Estado, onde os rios são estradas e rodovias e os motores são os ônibus que transportam as pessoas.

Hoje, a maioria das oficinas de reparo e construção de “motores regionais” em madeira, funciona quase de forma improvisada artesanal às margens dos Rios Negro e Solimões. Mesmo assim, o “pólo naval” que não existe, ainda, arrecadou US$ 2,49 milhões em agosto, segundo dados da Suframa, contra os mais de US$ 70 bilhões já alcançados antes. (Fonte: Jornal do Comércio – Juliana Geraldo)

Mesmo assim, pessoas que moram à margem do rio, ambientalistas e alguns empresários insatisfeitos com a mudança para outro local, estão gerando dificuldades e criando obstáculos para negociar a implantação do Polo Naval na orla da comunidade de Puraquequara, na periferia de Manaus, apesar do Sindicado da Indústria Naval, Náutica, Offshore e Reparos, estimar que o projeto injete R$ 48 bilhões de dólares na economia do Estado. Por outro lado o Ministério Público Federal, ribeirinhos e ecologistas alertam para o prejuízo ambiental a 19 comunidades que vivem, dependem e pescam as margens dos rios.

Aplaudo a coragem, determinação de todos os deputados e, em especial à vocação regional dos deputados estaduais, Luiz Castro e Sinésio Campos(PT/Am e PPS/Am), em lutar pelo desenvolvimento econômico do Amazonas, promovendo audiência pública em parceria com o Ministério Público Federal para prestar maiores esclarecimentos sobre o projeto de criação do Pólo Naval e possibilitar às comunidades tradicionais a manifestação livre sobre o assunto e sem o envolvimento de paixões exacerbadas. Mas, infelizmente, segundo o deputado Luiz Castro, nenhuma “liderança comunitária” apareceu para discutir o assunto. Existe em tramitação um inquérito civil correndo no Ministério Público Federal para investigar os impactos ambientais e apurar, ainda, os impactos sociais e culturais da implantação de tão ousado projeto econômico para o Amazonas. Felizmente, porque os “ecochatos” poderiam contaminar aos participantes.

O deputado estadual pelo Amazonas, Luiz Castro é de origem paulistana, mas que desenvolveu sua carreira política no Estado do Amazonas, iniciando como prefeito em um pequeno município e depois se elegendo deputado Estadual, em virtude de seu excelente trabalho político, postura séria, ética permanente e coragem para enfrentar desafios, merece todos meus aplausos pela sua postura de discutir um tema tão delicado em audiência pública, por saber, conhece e ter vivido como prefeito do interior, as agruras para o transporte de pessoas até Manaus.

Por isso, ele sabe muito bem qual o alcance e importância de sua proposta porque entre os municípios, a ligação de um com outro é todo feito por motores regionais, pequenas canoas que descem e balançam ao sabor das ondas, sem projeto prévio, herança da colonização indígena, todos produzidos em madeira, de forma quase artesanal, sem projeto de engenharia, desenhos, só pela intuição, sendo a sobrevivência de muitos ribeirinhos nas margens dos Rios que, em algumas partes, podem ser confundidos por turistas como oceanos, tais suas larguras de margem a margem.

Contudo, o procurador da República no Amazonas, Julio Antônio, teria afirmado que a questão fundiária na comunidade do Puraquequara seria um problema em razão de o local ser alvo de investigação do MPF desde 2004 por causa das tentativas do Exército Brasileiro de retirar famílias do local. Ele lembra, contudo, que “não é possível deixar de analisar a tradicionalidade das comunidades (...) em seus aspectos sociais e culturais.” (Portal Amazônia. Com).

Longe de todas as brigas e firulas, o Pólo Naval do Amazonas pretende implantar sete estaleiros centrais de médio porte, sendo três nacionais e quatro estrangeiros, em uma área de 32 mil hectares lineares até 2015. Na primeira etapa do Distrito Industrial 3 da Suframa, seriam transferidos 60 pequenos estaleiros navais que hoje funcionam às margens dos Rios Negro e Solimões, causando muito mais poluição, principalmente nas proximidades da tomada de água da Amazonas Ambiental, no bairro da Compensa, porque não possuem qualquer tipo de fiscalização ou estrutura. Hoje, Manaus bebe água contaminada graças à grande quantidade de produtos para tratamento de tudo o que é captado antes de seu fornecimento à população, pela empresa responsável!

Matheu Araújo, presidente do Sindicato da Indústria Naval, garante que o “setor naval no Amazonas está passando por uma nova ordem de reestruturação, além do processo de adequação de seu parque fabril” (Portal Amazôia.com).

Para a viabilização desse projeto tão ambicioso, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas, perfeitamente conduzida por Pedro Raimundo Geraldo Falabela (Pedro Falabela), anuncia que investirá R$ 15 bilhões, mas que também surgirão linhas de financiamento também do Banco do Brasil, CEF e Banco da Amazônia. Estou torcendo para que o Pólo Naval do Amazonas dê certo e aplaudo o Governo do Estado e os deputado Luiz Castro e Sinésio Campos, mais uma vez, por terem transformado um sonho em realidade!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 19/02/2013
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