A Eutanásia

Todo o ser vivo desde que nasce tem como certo a morte. Uma situação que ninguém encara de frente, como se fosse uma possibilidade e não uma certeza.

Desde que eu tenho memória, prossegui a minha caminhada até à altura de ir para a tropa, sem sequer me passar pela ideia a hipótese de um dia morrer. Morrer! Isso é para os velhos. Pensava, ou melhor não pensava, numa saudável inconsciência, própria da juventude em que nos julgamos eternos.

Com a entrada no serviço militar e com a guerra nas antigas províncias Ultramarinas, a possibilidade de morrer em combate, era encarada de uma maneira diferente. Era um acidente de percurso que poderia acontecer, mas não como um fim a que todos estivéssemos destinados.

Os anos passam, as nossas certezas passam a dúvidas. Familiares e amigos morrem, as nossas forças diminuem, tornamo-nos mais caseiros, mais amigos do sofá, com todos os contras inerentes á pouca mobilidade e sem querer, começamos a pensar no outro lado. Como será? Que sofrimento nos espera? E depois o medo, o medo do fim, o medo de sofrer, a angústia da solidão nos lares para onde somos empurrados e de nos sentirmos a degradar aos poucos, com prejuízo para a dignidade humana, a ponto de muita gente defender a Eutanásia.

Independentemente da forma de Eutanásia praticada, seja ela legalizada ou não (em Portugal esta prática é considerada ilegal), a eutanásia é considerada um assunto controverso, existindo sempre prós e contras – teorias eventualmente mutáveis com o tempo e a evolução da sociedade, tendo sempre em conta o valor de uma vida humana.

Mas o que é a Eutanásia?

A eutanásia é uma forma de morrer silenciosamente. Quer dizer, sem dor nem sofrimento. No entanto levanta muitas dúvidas à sociedade, quer do ponto de vista moral, quer do religioso.

Eu defendo antes os Cuidados Paliativos como alternativa. Embora reconheça que na actual situação económica, cada vez menos esses serviços atenderão todos aqueles que deles venham a precisar.

Os Cuidados Paliativos são os cuidados que respondem aos problemas que decorrem da doença avançada, prolongada, incurável e progressiva e tentam prevenir o sofrimento que ela gera, proporcionando a máxima qualidade de vida possível aos doentes e suas famílias.

Com todas estas preocupações sobre o fim, ainda há quem se preocupe com o destino final do seu corpo, uns fazendo questão em ficarem num jazigo e não serem enterrados num buraco, outros em serem cremados e as cinzas espalhadas ao vento, ainda outros em serem enterrados aqui ou acolá. Enfim!...Ideias.

Lorde
Enviado por Lorde em 19/02/2013
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