Sexo e violência
Por razões certamente religiosas, que teriam definido o perfil de nossa sociedade, o binômio sexo/violência aparece nessa condição numa frequência maior do que eventualmente deveria. Esquecendo o quão obvias sejam as razões para isso, não consigo achar “normal” que esses dois assuntos apareçam juntos, se um deles não vier a servir de motivação para o outro configurando crime. A lavagem cerebral é de tal monta que quando o cunho é de moralidade (na maioria das vezes) nosso inconsciente coletivo nos remete imediatamente ao assunto sexo, quando a violência é absolutamente quem deveria ser lembrada. Para o assunto sexo a palavra automática a ser lembrada deveria ser, por exemplo, o amor! A comoção das famílias diante da possibilidade de assistir a um filme de sexo é tremendamente maior do que a um de violência. Evidentemente as minhas próprias reflexões sobre o assunto são de caráter racional. Em que pese estar conscientemente a par destes graus de importância sou, como quase todos, produto social com arestas, salvo apenas pelas reflexões e, infelizmente, tenho que lutar para ficar de fora das emoções distorcidas a que fui involuntariamente condicionado. Felizmente há arbítrio livre e coragem para enfrentar parte das hipocrisias que chegam a ser cruéis para que tudo fique à medida dos costumes. Em outro aspecto, este mais compreensível, quanto ao cuidado com o assunto sexo, é que a responsabilidade é de quem deve comandar as decisões, tal como ocorreria com qualquer assunto que trouxesse implicações negativas. A violência é sem ponderações, face ao seu único e nefasto significado, não podendo de forma alguma fazer parte do mesmo saco.