INQUIETUDE

Novamente distante da familia, por obra do destino, retorno a um Pais distante, velho conhecido e onde ganho o pão.

A solidão aqui deixada me saúda à entrada. Parece que o tempo não passou por aqui. Se passou; não ficou !

Desfaço as malas e vou ao espelho me cumprimentar. É um ritual de passagem esse que criei desde a primeira vez que aqui estive. Uma espécie de "registro de ponto"!

Vou ao quarto e me deito, exausto e saudoso daqueles que deixei ficar.

Isolado, soldado, aquartelado, assalariado, confuso mas resignado.

Impossivel não recordar outras batalhas, outros soldados, outros registros. Gente que, como eu, carregam os seus fardos, seus fatos, seus ombros cansados, suas esperanças renovadas.

Inevitável não chorar. A vida oferece lugar a alugar a quem precisa trabalhar.

Sensaçoes em turbilhão adentram o meu peito, o meu leito, o meu penar.

Apanho retratos, releio cartas, ligo o portátil e a quem ficou vou avisar:

Cheguei bem ! A viagem foi ótima !

Meia verdade que nessa idade, não vale a pena revelar!

Leandro JP Sousa
Enviado por Leandro JP Sousa em 17/02/2013
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