O vento
Havia um menino que caçava com o vento, com a brisa ele alongava o tempo da caçada e passava muito mais horas à cata; acelerando o vento ele derrubava a manga do mais alto galho, inacessível à mão nua e com a tempestade ele derrubava os sonhos impossíveis.
Com a brisa ele navegava no barco, tendo ela ao lado e, simultaneamente, arrastava uma nuvem sobre o passeio; com o vento ele corria atrás de suas verdades e de tudo que não era apenas sonho; com as tempestades afastava galeras de bandeiras desconhecidas.
Com a brisa ele sentava-se ao relento, recuperava-se dos desgastes acontecidos; com o vento ele levava sementes aonde sem o vento não poderia chegar: abismos e cumes; com as tempestades ele reconhecia todos seus pontos fracos, tudo que precisa reforçar e onde encontrar o lugar mais seguro.
Sabia aquele caçador que com a brisa viveria a ternura, que com o vento proveria seus celeiros e com as tempestades aprenderia a se preservar.
Não era a velocidade do vento que ditava a forma de chegar mais rápido, com cada velocidade ele assimilava a forma de se chegar