Minhas verdades
Você sempre me disse que eu precisava mudar, parar de ser tão dependente e largar a mania de se importar com tudo e com todos, você se incomodava com minha sensibilidade, minha maneira estranha de ver o mundo sempre achando espaço pra fantasias confrontava você com sua maneira tão ‘no chão’ de enfrentar a vida. Eu tentava ouvir o que você dizia e juro, cheguei a pensar realmente que eu era boba, por cuidar tanto e muitas vezes não receber nem o mínimo de volta, mas pra mim amor nunca foi um jogo de trocas recíprocas, eu sempre tive em minha mente que um sempre tinha que dar mais, e nesse caso era eu. E em todo tempo que estive com você, eu estive inteira, sem reservas, não porque você foi melhor que os outros, mas porque simplesmente eu sou assim, eu não entro em nada pela metade, eu não vou ao mar pra molhar o tornozelo, se não for pra mergulhar de cabeça pra mim não vale a pena. Com o tempo toda a tua rejeição começou a mexer com algo até então intacto em mim: meus valores, eu comecei a me perguntar até que ponto valia à pena dividir meus sonhos com alguém que me tinha como uma fase não uma constante. No começo doeu me acostumar com a idéia que toda minha entrega pra você não fazia sentido nenhum, que na verdade eu vivia um sentimento unilateral, que tudo o que vivemos foi uma história que só eu posso contar, porque pra você nada foi relevante, mas hoje parei de me castigar por ter sido tão sua, em tudo que me propus a ser, porque sei que o erro não tava em mim por se doar demais, o erro estava em você por não conseguir aceitar que tudo que eu te dei foi porque eu quis, não porque eu queria tudo de volta, você não entende que amor não é pesque-pague, toma lá da cá, amor não é batalha, não é guerra onde um vence e o outro perde. E eu por fim não me arrepende do que eu dei, porque essa é a única forma que aprendi a amar.
Kamylla Cavalcanti
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