O medo em reflexão.
Do que você tem medo? Se disser que são dos monstros aluados de uma imaginação infantil, vou discordar sem culpas. Se tentar dizer que são das sombras suspensas no escuro, sorrirei com muita graça, porque há de se descobrir ao longo desta discussão que os medos são sempre frutos de uma ausência maior, de uma árvore negra no fim da memória.
Vai denotar-se então, que medo pode ser figurado, como uma linguagem opcional. Ou quem sabe um filme clichê das bandas de alguma mente perversa. Seja como for tente mais uma vez, vai, você há de conseguir. Defina o seu medo!
Alguém vai chamar a lua cheia de maldição, outros vão evitar escadas e até mesmo algum meio de transporte, como os trens, por exemplo. Pode até ser que escada seja mais segura do que elevador. Mas o medo, bem esse é nômade, independe do que surgiu antes.
Começa-se com a falta de verdade (só tememos o que não temos por concreto). Quando criança o medo é resultado; então se cresce e vê que é a causa, a causa que norteia as próprias certezas. Se for pra ser feliz, eis aí um medo dos grandes, porque afinal de contas pode acabar, e o “ser” irá tornar-se uma condição de estar. Mas o invólucro é pior do que o conteúdo e a questão ainda existe.
Do que afinal temos tanto medo? Quando um medo se torna concreto ou abstrato? Quando são verdades incontestáveis ou disposição de um dado momento?
Os menores riscos o deduzem, tudo quase em absoluto: os olhares, o passado, o esquecimento, a lembrança, o dizível e o indizível, palhaços e circos, evoluir e regredir! Eis aqui o cúmulo dos medos, para que o fim justifique as metades.
E é necessário. Se tememos é porque estamos em evolução, sem todas as respostas, com muitas perguntas. Contudo, em busca de entendimento, de compreender que no fundo somos maiores e mais fortes que os temores “granjeados” pela vida.
É uma explicação que varia entre a razão e o abstrato, mas não deixa de ter lógica. Aqui há o medo da incompreensão, mas há a certeza da reflexão. E eis o fim. Em suma este sentimento será apenas o charme, o complemento mútuo das nossas grandes esperanças. Quanto a resposta, essa fica ao critério dos dias, das noites e principalmente, das mentes.