O TAPA
Um TAPA desferido tem sempre um motivo.
Normalmente ele é uma resposta a uma agressão sofrida.
Seria para mim o TAPA?
Qual a agressão que pratiquei?
Ainda que eu não seja santo, mesmo que meus pecados sejam muitos,
A quem cabe a responsabilidade de corrigir-me com um TAPA?
Sei exatamente de quem é esta incumbência!
E ela não cabe a qualquer reles tão pecador quanto eu.
Contudo, ainda que eu seja merecedor de alguns TAPAS,
Há pecadores que mereceram primeiro:
Os traidores fazem jus a um TAPA;
Os bandidos assassinos de colarinho branco também;
Os que se omitem diante das atrocidades praticadas contra os fracos merecem um belo TAPA;
Os cafajestes, os corruptos, estupradores insanos, chantagistas merecem um TAPA.
Em quem você daria um TAPA?
É verdade que pecados são sempre pecados, pequenos ou maiores, agora ou depois.
E são todos os pecadores merecedores de TAPAS.
Porem é justo que o justiceiro tenha algum critério,
Não aplicar o corretivo pelas costas, na surdina, sob pena de também tornar-se pecador,
Cometendo o pecado da covardia, deixando, assim, de ser justo.
Seria ideal também que o justiceiro não se finja amigo do pecador, por que então cometeria mais um pecado: a traição.
Entretanto, se o justo não é justiceiro, é apenas um agressor desequilibrado e compulsivo,
O melhor é que ele tenha consigo um saco de pancadas para descarregar sua agressividade com tapas e até socos se preferir.
Assim se poupa de alguns inconvenientes por sair estapeando qualquer um que cruze seu caminho.