Ainda a mesma criança
Sou a mesma criança de outrora: que brincava de boneca, de roda, pique... Enfim; criança.
Ainda gosto de andar na chuva; correr descalça, sentir os primeiros raios do sol durante a manhã, sorrir por tudo e por nada... Infantilmente.
Ainda olho para as estrelas á noite, me perdendo em sua beleza. E para mim; estrelas cadentes são estrelas; e não "um pedaço de rocha superaquecida que se choca na atmosfera terrestre"; ainda me pergunto do quê são feitas as nuvens, e tenho certeza de que um dia poderei tocá-las... Inocentemente.
Sou a mesma criança que temia os trovões, que saltava estrelinha na areia da praia; e que preferia ficava contente só por admirar o mar e o som de suas ondas... Contemplativamente.
Essa criança permanece em mim; presa á uma adulta que ri discretamente e que se protege em seu escudo. Meu lado menia ás vezes se impõe, e nessas horas sou mais feliz.Dois lados diferentes que coexistem pacificamente hoje.
Sou a mesma criança; mas que parece mulher. Dois lados que se completam, e que possuem o mesmo medo: o medo de amar quem não a quer.