Pois é... Mais uma vez essa maldita insônia me pegou. E, de jeito. Ficar bolando na cama, virar o travesseiro, contar carneirinhos, ficar pensando na morte da bezerra, nada resolve. Se ao menos eu estivesse acompanhada, melhoraria a situação. Fatalmente eu o acordaria para que pudesse partilhar minha falta de sono e certamente encontraríamos algo gratificante para fazer. Bem, fazer o que? Levanto e instintivamente me dirijo ao computador, meu eterno e fiel companheiro. Escrever, eis a solução.
Bem, cá estou eu obedecendo a meus instintos. Escrever sem destinatário. Mas, será assim mesmo? Acho que estou sendo cruel comigo mesma. Estou escrevendo para você , meu único leitor e por isso tão importante. Não que eu aspire ter uma gama de leitores... longe de mim. Certamente conheço meus parcos recursos como aprendiz de escritora. Mas, tendo um, já me dou por satisfeita. E, de repente sinto uma ternura por você, amado desconhecido que está usando seu precioso tempo lendo essas mal fadadas linhas.
Poderia te dizer que ontem saiu o famoso bloco MURIÇOCAS DO MIRAMAR, o segundo maior bloco de rua do mundo. Isso, segundo os fanáticos. Mas, segundo ou não, o fato é que estou me sentindo um ET pelo fato de não compartilhar tamanha glória. Nada contra. Mas, o fato é que não me sinto motivada para ficar no meio da multidão com meus ouvidos sendo maculados pelo alto som dos trios elétricos, isso sem falar da qualidade de música. Sou do tempo dos carnavais com belas fantasias e um corso na Av. General Osório ao som de marchinhas. Bam, nada de saudosismo.
Sabe, não entendo esse mistério, mas à noite minha casa cresce de maneira descomunal. E, certamente quando terminar essa croniqueta poderei passear por ela e quem sabe, abrir a janela da varanda, deitar na rede e apreciar daqui o nascer do sol, sentindo o cheiro de maresia. Nada ruim para quem estava angustiada pela insônia. Prometo que pensarei em você, meu querido leitor e daqui já estou lhe desejando um bom dia. Se, por acaso, ainda merecer sua atenção, lhe digo, ficarei muito feliz em continuar a escrever. Em só basta. Obrigada!