CARNAVAL DE UMA AMAZONENSE EM SALVADOR!
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- Eu vou ensinar para vocês como é que se dança lá, na Bahia, nesse Carnaval! Virou uma febre!
Era a amiga do segundo período do curso de Serviço Social, Ruinaltina Moraes, “A Tina”, eufórica, narrando, encantada, a viagem a Salvador e já afastando as cadeiras para mostrar como era que se estava se dançando na Bahia. O grupo musical “É o Tchan” fazia grande sucesso com a música “Na Boquinha da Garrafa”.
Em meio a uma das muitas greves durante o curso de quatro anos, Tina tinha pedido férias do trabalho e viajado sozinha para Salvador. E voltara de lá com essa grande novidade que, depois, passou a ensinar para seus colegas de sala e que depois passou ser comum até entre crianças que imitavam coreografia da dança “na boquinha da garrafa”.
Para a demonstração, Tina usava estava uma saia longa e, ainda, continuava afastando as cadeiras do meio da sala, falando ao mesmo tempo para animar aos que a ouviam. Tina encontrou uma garrafa não sei aonde e a colocou no meio da sala para fazer sua dança “amostra grátis”.
Começou o show grátis descendo até próximo à “boquinha da garrafa” e depois subindo ainda se rebolando. A sala inteira ria da demonstração de uma amazonense que se deslumbrara no Carnaval de Salvador. Dizia que havia beijado muito e sido beijada também, mesmo sem conhecer os que a beijavam.
- Eu desci e subi as ladeiras e beijei muito na boca! – dizia a “Tina”, como era conhecida por todos os colegas de sala. Era muito divertida a Tina e sempre foi muito alegre e brincalhona.
Nessa ora, entra uma professora do curso e pergunta:
- Que bagunça é essa? Será que vocês não sabem se comportar decentemente, não.
É, parece que ninguém sabia por que a turma ainda estava cursando o segundo período do curso de Serviço Social e ninguém tinha noção e nem consciência da importância social que todos nós tínhamos para exercer nossa profissão!
Nesse exato instante, a “Tina” subia e terminava sua “dancinha na boquinha da garrafa”. Essa dança virou uma febre nacional, mais tarde, pela força que o grupo “É O Tchan” exercia em todas as camadas sociais!
Hoje, dezoito anos depois de formada, Tina, nossa inesquecível colega de sala, é casada e funcionária do Sesi, cumprindo seu dever social. E até o que me chega ao conhecimento por suas colegas também, é uma excelente profissional, mãe e esposa!
Mas, ao menos, fomos os primeiros a tomar conhecimento dessa maneira de dançar criada pelos baianos e que depois contaminou o Brasil inteiro. A cada novo carnaval, a Bahia lança uma nova dança ou um novo grupo musical ou cantor. Ah, terra farta de cultura musical essa terra linda e abençoada que se chama Salvador!