OS VELHOS CARNAVAIS
Volto a repetir. Não sou daqueles que acham que antigamente era melhor. Alguns aspectos sim, outros não.
O carnaval era melhor. O povo se divertia bem mais. Os cordões de rua, os blocos, tudo era aberto, ia quem queria. Só entrar na folia! Até quando o lança-perfume foi usado com o intuito de diversão.
Hoje há alguns arremedos do que foi o passado. Exemplos temos em São Paulo, onde existem inúmeros blocos de foliões que, geralmente, saem à rua no sábado anterior ao carnaval.
Aqui em Santo André, também. O Primeiro de Maio F.C. tem a Banda da Baixaria, e, entre outros, há um que sai do Bar do Carlão, com nome bem sugestivo: Concentra Mas não Sai. Também, com saídas no sábado anterior.
Antigamente, (que saudade!), tínhamos os ranchos do Panelinha e do Ocara, que fizeram o carnaval de Santo André dos mais famosos do Estado.
Para confirmar o que lhes estou dizendo, o notável Zeca Pagodinho, em recente entrevista para a Folha de São Paulo, é da mesma opinião, declarando não mais existir o verdadeiro carnaval. Para ele, somente pode ser assim classificado, hoje, o de Olinda.
Todavia, minha intenção aqui, é relembrar algumas das antigas músicas carnavalescas. Poucas, mas que refletem a inocência do povo, muito diferente do que se vê, atualmente, nos desfiles das escolas de samba.
Quem não se lembra de “quem sabe sabe, conhece bem, como é gostoso gostar de alguém...”, ou de “confete, pedacinho colorido de saudade, ai, ai, ai, ai, ao te ver na fantasia que usei, confete confesso que chorei...” .
Existem algumas, até algo humorísticas, como “Doutor, eu não me engano, meu coração é corinthiano...”, ou “eu mato, eu mato, quem roubou minha cueca p’ra fazer pano de prato...”, ou “Zé Corneteiro casado c’um peixão, levou sua mulher p’ra mostrar ao batalhão, no outro dia, por ordem do major, o Zé foi promovido a corneteiro-mor...”, ou “Zé Pequeno era um soldado de morte, batia na mulher e no tambor, era pequeno, mas sempre deu sorte, com mulher de qualquer cor...” como também “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria, sobe o morro e não se cansa, pela mão leva a criança, lá
vai Maria...”.
As famosas e inesquecíveis marchas-rancho, “A estrela Dalva, no céu desponta, e a lua anda tonta com tamanho esplendor, e as pastorinhas...” , ou “Tanto riso, oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...”, ou “bandeira branca, amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu quero paz...”.
Como disse acima, essas apenas são algumas, mas que mostram, suficientemente, os costumes de uma época tão saudosa.
   
 
Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 10/02/2013
Reeditado em 10/02/2013
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