Turismo sexual
Seis ativistas do grupo feminista, Femen, protestaram no aeroporto Tom Jobim, no Rio, dia 8, passado, contra o turismo sexual no carnaval. Estavam seminuas, segurando cartazes sobre o tema, e gritando palavras de ordem.
Embora seja possível usar eufemismos que possam definir carnaval como arte, espetáculo, apenas, até meu cavalo sabe que a meta é grana alta, mesmo à custa da libertinagem sexual, com incentivo oficial.
A prefeitura de Porto Alegre distribuiu no evento, 300.000 preservativos, para a prevenção da AIDS, e DSTs, várias. Então, embora seja meritório o cuidado com essas doenças, é também a admissão oficial que a promiscuidade campeia solta em tais eventos.
O governo sempre que pode, busca incrementar o turismo, e, sem dúvida alguma, essa é a época que mais acontece; sem adjetivos quaisquer que definam o motivo dos que nos visitam, o que importa é que os "gringos" venham, isso aquece a economia.
Então, embora possa ser válido o mérito na questão das bravas ativistas, acho questionável o método, e impróprio o lugar. Se a coisa goza de apoio oficial, não são os turistas culpados, mas, nosso país, com seus “valores” e suas autoridades. Aqueles, como diria certa humorista, poderiam afirmar: “Eu tô pagano”. Os que mercadejam sexo, argumentar dizendo que é um direito seu também.
Lembro um incidente quando em Tauranga, Nova Zelândia; eu trabalhava numa churrascaria, que, sendo implantada recém, buscava a conquista de clientela. Alguns brasileiros que viviam lá sugeriram que, tirássemos as músicas do sul, que eram usadas no som ambiente, e colocássemos mulatas seminuas sambando, para que a coisa “bombasse”. Os proprietários recusaram, claro, tinham outros valores. Essa “filosofia” de atrair dinheiro à custa da sensualidade, do sexo, está impregnada, pois, em nosso povo, infelizmente.
De qualquer forma, como se administra a vida sexual não é assunto de Estado, salvo quando por via criminosa, como casos de estupro, pedofilia. É antes, uma questão moral, derivada da formação de cada um.
Aliás, outro dia o Estado tentou se imiscuir nisso, com a famigerada PL122 que, a pretexto de combater a homofobia, trazia a doutrinação gay oficial nos colégios. A coisa não passou nem poderia. O direito dos gays não pode invadir o dos heteros, e vice-versa.
A bem da verdade, nem todo mundo gosta de Carnaval, diria que uma parcela significativa. Mas, a tsunami toma os noticiários de toda mídia, não tem como se evadir a isso, salvo isolando-se em algum retiro, o que muitos fazem.
Enfim, o arbítrio humano jamais será administrado pelo Estado, ainda que alguns sistemas totalitários tentem; embora se viva em sociedade, essa, é um aglomerado de indivíduos, e, os valores particulares virão à tona, malgrado as tentativas de massificação.
Queremos erradicar as tendências ao vício? Temos que apresentar Aquele que liberta, um por um… Jesus Cristo, mediante adesão espontânea e individual. Existem outros meios? Pode ser, mas do ponto de vista cristão, não há mais recomendável, que a conversão aos valores de Deus; e isso, não se faz com projetos de lei, nem em massa.
Aliás, cá onde vivo, tem um outdoor com anúncio de certo pesticida que diz: “Mata as pragas da lavoura, uma por uma”. Eu sempre que leio aquilo penso: Se eu precisasse disso, preferiria que matasse as pragas todos de vez; uma por uma pode demorar muito, sobretudo, se a lavoura for grande. Sabemos que a ideia é de extermínio total, mas, a frase pode soar ambígua.
Claro que a esmagadora maioria acha isso de salvação, uma grande bobagem, pois o que conta é “viver a vida”; até faz um minuto de silêncio nas tragédias, depois, ocupa o tempinho restante, morrendo a vida.
E, para as autoridades, essa alienação coletiva interessa também; afinal domestica os eleitores; num país mais politizado, sério, com bem menos que acontece em nosso Congresso, o povo sairia às ruas, exigindo limpeza; cá, saímos pela bola e o samba, e se os gringos querem "brincar" também, qual problema?