UM CARNAVAL NO PASSADO
UM CARNAVAL NO PASSADO
Uma parábola simples enveredando na sutileza dos sonhos, adentrando as vielas do sonoro passado, mergulhando sobre nuvens de fumaça, caindo exatamente nos salões festivos do Grêmio Litero em meio de uma festa matinal, ano de 1968, muita gente, folia, musicas para lá de alegres ao inconfundível som de Nonato e seu Conjunto, centenas de pessoas anônimas, felizes, entre elas, eu e você. Passamos tão poucos momentos juntos, eram encontros furtivos, seguidos e perseguidos, nas ruas, cinema, aqueles beijos rápidos, mas que fazia valer a pena...
Anos se passaram e muitas nuvens encobriram aquele tempo com tons escuros do passado, aquele manto do esquecimento que de vez em quando o vento frio do inverno levanta um pouco e o pó da amnesia sobe em uma aurora imaginária, como num passo de mágica, toda aquela festa retorna em forma de recordação, assim, como hoje que é domingo de carnaval... É que as raízes são as ultimas que morrem, mas, se acenderes a lamparina da razão, mesmo estando ela se óleo, uma pequenina chama se fará brilhar, não para que te apegues demais à vida, mas, pelo amor que ela contém, não precisamos nos aprisionar ao passado, mas recordar felicidades faz bem, e, quem sabe, nesse carnaval possamos conhecer mais uma vez o amor, eu, você e a alegria de renascer...
Airton Gondim Feitosa