Shuffle de Corpo e Alma

Nem sei bem o porquê de me interessar veementemente em Humberto Gessinger, pela linha lógica da insanidade, deveríamos ser completos opostos, alheios e obscuros, mas tudo faz sentido enquanto ele canta que o inverno fica tarde + cedo. Talvez seja a máxima que os opostos se atraem, não sei. Clichê nonsense inédito. Mas não quero fazer desse texto um ode a ele, não, não, longe disso! Essa foi minha tentativa de te trazer pro que você anda lendo (seja na forma de internet, e-book, telegrama...), convidar pra um café-com-bolacha de corpo e alma que espero que varra a eternidade que o texto dura, leva e se contradiz.

Ando na obscuridade de preferir um shuffle bem aleatório de uma banda desconhecida de fé e alma, do que aquele set ultra-bem-bolado-famoso-popular-cabeça-cultural do poeta. Porém nada fora do meu campo usual de audição (maldita zona de conforto errônea). ((Mas confesso que ando fazendo incursões em aventuras francesas de Matthieu Chedid, mas aí já é outro papo)). Isso pode ser transportado pra outros trilhos, outros moinhos de vento, novas paisagens com a mesma cara. Daria pra falar da escuridão das coisas incompreendidas e da claridade das coisas que achamos que compreendemos. Esse mais energético arrodeio foi uma tentativa de se dizer que a vida talvez não seja curta, talvez tudo que esteja por aí seja uma eternidade, talvez porque as entrelinhas andam tão próximas, quase escondidas, que não dê pra ver além do próprio nariz, pela ansiedade de um controle com 50 botões pra 500 canais. Rewind, Fast Foward, Pause, Replay...

Mas aí nasce/renasce a vontade de voltar pra mesma sequência que rolou no começo, de reviver, repetir, reequilibrar tudo o que aconteceu, só que com o grave ajustado, com o brilho adequado, com a cor certa. Só que esquecemos que andamos no shuffle, não dá pra voltar a mesma melodia, talvez dê pra voltar a mesma banda... (Mas hey, acasos acabam rolando, não é?) Não passo por aqui pra garantir nada, de alma pra alma, é só um café que insiste em acabar. Mas como o Gessinger do começo, e a humanidade que nos resta: "A esperança também dança como monstros de um filme japonês". =)

*Shuffle: Modo aleatório/randômico de se ouvir música no ipod e afins.