Cenário: Cidade de Daha
Há quase 25 anos ouve-se falar sobre o calendário Maia que parece anunciar a chegada do fim do mundo. A data marcada para o evento seria 21 de dezembro de 2012 onde o calendário se encerra. Foram criados inúmeros filmes, programas de TV, livros, palestras e a respeito desta ideia. Pessoas ilustres desenvolveram suas próprias especulações sobre o que acontecerá neste dia. Muitos esperam um cataclisma ou até mesmo um planeta que colidiria com a Terra. Sites de relacionamentos famosos foram os principais locais de discussão e sátiras sobre o assunto. Alguns temiam que fosse verdade, outros sequer davam importância para tal acontecimento. Ninguém sabia “o que, ou se” aconteceria realmente. A única certeza é de que a vida continuava até o momento...
->Primeiro de dezembro 2012, 06:00 am.
Muitos estavam desaparecidos. Pessoas feridas e ensanguentadas. A paz tornou-se caos em poucos minutos. Ao longe ouve-se as sirenes das viaturas e choro por todos os lados. A cidade de Daha já não era mais a mesma. As ruas da parte sul estão desertas e sem eletricidade. Era possível ver detritos por todos os lados, carros revirados, muita fumaça, um cheiro de queimado que entorpecia, prédios totalmente destruídos e desmoronando. O céu tinha uma aparência ameaçadora. Abaixo da cidade a rede complexa de subterrâneos foi inundada completamente, impossibilitando as linhas de metrô de funcionarem. Explosões na subestação de energia local "iluminavam o céu". Algumas partes da cidade pareciam uma piscina. A marca da decadência era visível. Não se tinha sinal de rádios, satélites ou celulares. As estações de TV foram abandonadas. A cidade se tornara incomunicável com o mundo que talvez estivesse na mesma situação ou até pior. Os religiosos gritavam aos quatro cantos que a profecia estava se concretizando e que todos tinham que se redimir dos pecados antes que o julgamento final se iniciasse. O solo estava corrompido, rachaduras surgiam como passe de mágica e engoliam automóveis formando enormes crateras, tornando impossível o acesso por algumas ruas. As autoridades sobreviventes decretaram estado de calamidade, ordenando que os militares fechassem as rodovias que davam acesso ao local. Somente caminhões com suprimentos e ambulâncias, caso viessem, poderiam passar pelas barreiras. A cruz vermelha estava em alerta. Doenças infecto contagiosas começavam a surgir rapidamente, adquirindo enormes proporções. As escolas tornaram-se abrigo dos que ainda respiravam. Jornalistas conversavam com moradores que relatavam o terror de ver o céu desabando sob suas cabeças ou do desespero ao verem suas casas inundadas. Os baderneiros aproveitavam para saquear bancos e lojas. A mãe natureza castigava os moradores da grande metrópole com uma chuva torrencial intensa, repleta de raios e trovões que derrubavam árvores nas construções que ainda estavam de pé, como se quisesse mostrar toda sua imponência. A cidade de Daha estava destruída.