Uma pausa a espera de um recomeço

Nesta manhã chuvosa, asfalto molhado e escorregadio, os pneus do carro deslisam, fazendo o mesmo caminho de volta, depois de ouvir a terrivel senteça: " .... vamos dá um tempo... as pressões, estão mais fortes do que, posso suportar". A frase, assim proferida, caiu em mim como uma hecatombe.Em silencio, ouvi, silente fiquei. Sem nada dizer, atravessei a porta, ganhei a rua. Entro no carro como se tivesse a vida e o meu destino, sob o comando de um "piloto automatico".

E, graças a Deus, sã e salva, chego a garagem.Tomo o elevador. Meus pés do chão, estão suspensos. A cabeça rodando, mãos frias, raciocinio, zero! Na varanda do meu AP encontro guarida na velha rede sempre a minha espera, no caminho do mar. Nela, estendí um corpo mais pesado do que este, que também, é meu. A consciência falida, coração descompassado, mente confusa, sem conectar idéias, sem acreditar nos fatos que estão postos a mesa das nossas e, da minha vida muito menos, acreditando, no que tinha ouvido. Certamente, pelo impacto da emoção que me toma, adormeci.

Naquele inicio de fim de tarde, fui desperta pelo trinado de pássaros que, constantemente, visitam um copo d`água suspenso entre jarros e plantas, flores e rosas que, quebram a crueza, frieza e dureza do simples " pedra, cimento e cal" Mas, ao lembrar do porque de estar acordando, aqui e agora, jurei, que tinha sido, um pesadelo.

A realidade, quando nos pega de surpresa, na verdade, é um doloroso pesadelo. No entanto,nestas horas terriveis da vida, tenho contado sempre, comigo mesma: Sou uma romantica inveterada, trago na alma, uma aura de esperanças intermináveis, além, de um coração "molenga", porem, determinado, quando se queda vencido... uma força dentro de mim, aparece, quando, eventualmente bato de frente com a derrota, dificilmente me rendo... Mas, estou vencida sim, porém, sem perder a dignidade e, assim saio de dentro de mim e, vou refazer-me além fronteiras, varrendo da mente os entulhos e recolhendo as armas, embarco para o meu exilo, um tanto quanto daqui distante, para que não se ouçam, meus gemidos.

Saí de mim... Fui...! Quanto a ti, satisfaz tua ambição, sacia tua sede de vaidade, de poder, dá vazão ao teu egoissmo e te alegres com os bajuladores do dia, que sintas prazer nas caricias do "quero, posso e mando". Porem, quando o Poder te cansar o braço e te curvar os ombros, hás de me encontrar no lugar do meu degredo, quebrando a solidão a que me condeno.

As estrelas, farão parte do meu céu interior.E, a mim. neste exilio voluntário, hás de me encontrar, laborando em afastar de nós, toda tristeza, sem no entanto, descuidar da chama da esperança que em mim, desde adolescente, mantenho sempre acessa.Com certeza, hás de chegar a minha morada, no alto daquela serra, em alguma manhã de sol, cavalgando um "manga larga" de arrependimento selado. No alforje, um " bouquet" do teu timido-lindo riso, irá com certeza, enfeitar as minhas terras. Agora, que te encontras ai pela cidade, irei cuidando do meu plantio de esperanças, até que chegues de volta com sede do meu abraço. E, a minha vingança será maligna! De braços abertos, irei ao teu encontro, usando, este mesmo vestido, porem, estampado de saudade... e. sarando as tuas feridas que o poder efemero te cansa o braço, levar-te-ei, pela mão, novamente ao meu vale da esperança e. de novo, fazer nascer a vida em comum pelo resto das nossas vidas, pois, o meu amor, de te amar nunca se cansa...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 04/02/2013
Reeditado em 15/09/2015
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