M A R T Í R I O...SENTIMENTOS EMUDECIDOS..

O martírio atormenta, flagela....não cessa, repete a imagem da injustiça forjada no egoísmo...Ao lado, a dor que sangra, aniquila....sacraliza...

Soberano na maldade,um martírio sem freios, ganancioso, malfeitor. Submissos todos, vergamos, assistimos repetidas imagens inertes e inermes..sem volta reparadora.

Ele molha de lágrimas um rio sem fim, caudaloso, persistente, em breve esquecido pelos mais distantes dos que trouxeram à vida as vidas mortas....todas jovens, esperançosas, expectantes..

Aflora a orfandade cruel da saudade, que nega presença, dura e áspera por definir realidades. Não há mais virtudes prometidas, certezas de bondade. Estamos sós, desarmados para modificar mudanças...o tempo não retroage para apagar o passado...

A morte em martírio faz morrer a generosidade da espera, angustiante entrega incondicional....sua precocidade corta sobrevidas, surpresa do acaso, sem aviso, rejeitado pela compreensão...que recusa o curso natural...e resiste à visão da tortura..

Arde no fogo das labaredas repetindo a idade média, egoísmo visível, sempre impune pela desordem que o choro não justifica nem o entendimento alcança....

Voam flechas lancinantes de saudade nos corações aflitos, inconsoláveis.....

Relembra e pulsa a dor do sofrimento infindável... Submerge indormida a paz ausente. Mata a cada instante os martirizados pela lembrança de suas carne e sangue, no amor maior envolvido pelas chamas que apagaram os sonhos....paternidade e maternidade emudecidas....

O sentido universal da unidade grita....é ouvido pouco, será deslembrança em breve.... Lembra sem possibilidade de fuga o escárnio da ação e omissão consumadas. É morte sem fim.....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/02/2013
Reeditado em 04/02/2013
Código do texto: T4121200
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