CHUVEIRO DE BALDE
E assim que descarregamos os poucos móveis naquela velha casa sob uma tênue garoa, meu pai foi até um pequeno banheiro situado no meio do enorme quintal e pendurou um balde com alguns furos embaixo e um dispositivo que permitia abrir e fechar o mesmo.
Nós éramos pequenos e foi quando papai anunciou que a partir daquele dia tomaríamos banhos através daquele improvisado chuveiro e eu como sempre que adorava inovações adorei tudo aquilo e fiz a seguinte pergunta para o papai:
- Mas pai então teremos que tomar um banho rápido?
- Sim, vocês terão apenas cinco litros de água para as abluções e isto é ótimo!
A grande dificuldade era ter que tirar a água do poço, esquentá-la num improvisado fogão à lenha, colocar no balde e pedir para o papai colocar o balde no gancho e entrar para tomar o banho o que deveria acontecer até quando a água acabasse ou caso contrário ficava com o corpo cheio de sabão pois a água acabava rapidamente.
Quantas vezes abria o “chuveiro” e ficava a cantar ou às vezes “filosofando” sobre o cotidiano e quando via a última gota cair do balde meu corpo ainda estava cheio de sabão, então era enxugar-me e sair um pouco contrariado do banheiro.
Com o passar do tempo aprendemos a cronometrar a quantidade de água existente e após nosso banho completo ainda deixávamos o restante da água cair e dizíamos: Ainda sobrou água! E éramos questionados se realmente tínhamos lavado todo o corpo ou somente as partes principais.
Como seria bom se existisse este balde em nossa casa atualmente, pois estávamos contribuindo enormemente para economia de água e ajudando nosso planeta.