NOITE DE BOLEROS
Festa beneficente é sempre concorrida. Há os que voluntariamente se dedicam a esse tipo de evento movido a filantropia. Outros há, também, direta ou indiretamente envolvidos com igual altruísmo para o mesmo fim. É a (in) felicidade da vida reunindo alguns com alegria, em prol dos que se unem pela dor. Beneficiadas, crianças com leucemia.
Desta vez os idealizadores reportaram-se aos anos 50 e 60, dando ao local toda caracterização estilizada pelo romantismo, com luz, som, decoração, figurino e, sobretudo, músicas da época. O bolero, e toda a sua nostalgia, renasceram o tempo fazendo a todos sentirem-se nos “anos dourados”. Até mesmo, e propositadamente, os que não viveram aquela época. Exigido o traje típico, a ninguém fora permitido entrar naquele salão multicor sem estar a caráter, conforme a época. Moças (como eram chamadas na época) com vestidos vaporosos, e sobre decotes acentuados, jóias reluzentes. Penteados exóticos - não se sabe a que produtos trabalhados -, e até na maquiagem realçavam aqueles rostos de bonecas,(como diz minha mãe) lembrando os de Ava Gardner, Elisabeth Taylor, a exuberante Brigitte Bardot ou a sex Marilyn Monroe.
Os rapazes, todos uns almofadinhas metidos em blêizeres sobre camisas de seda, cabelos comportadamente penteados, como se a brilhantina houvesse voltado à moda. Perfume de gardênia nas meninas, colônia ou loção nos meninos. Que aroma transcendente a momentos idos e ali projetados, reproduzidos em luz cor, musicalidade, juventude e beleza. O som dos boleros a se propagar pelo salão, o compasso binário, os rodopios no assoalho. Todos dançando de rosto colado e, como regra, os rapazes a fazerem o elegante convite às moças: “dançaria este bolero comigo?” Cantarolei pra mim mesmo aquele bolero do João Bosco: “Sentindo um frio em minha alma/te convidei pra dançar/e a tua voz me acalmava/são dois pra lá, dois pra cá”.
Curti tudo aquilo ao máximo. Verdade que, quando solteiro, algumas vezes eu e Laerte íamos ao Previdenciário só pra dançar aqueles ”bolerões” e agradávamos àquelas moças com mais de quarenta. Mas, para essa festa beneficente, eu me produzi a caráter com a ajuda de minha mãe. Até me achei bonitinho. Tive especiais cuidados com Márcia, "gravidamente" linda. O João, meu irmão, era um típico mauricinho.
Foi uma noite de boleros inesquecíveis. Além do tradicionalíssimo Besame Mucho, não faltaram Dos Cruces, Frio en el alma, Tu me Acostumbraste, Noche de Ronda, Angústia, Quizas...Quizas, Nuesrtro Juramento, Sabra Dios, e muitos outros. Valeu mesmo. E todos foram beneficiados.
http://www.youtube.com/watch?v=ctwuWEFTUOA
Festa beneficente é sempre concorrida. Há os que voluntariamente se dedicam a esse tipo de evento movido a filantropia. Outros há, também, direta ou indiretamente envolvidos com igual altruísmo para o mesmo fim. É a (in) felicidade da vida reunindo alguns com alegria, em prol dos que se unem pela dor. Beneficiadas, crianças com leucemia.
Desta vez os idealizadores reportaram-se aos anos 50 e 60, dando ao local toda caracterização estilizada pelo romantismo, com luz, som, decoração, figurino e, sobretudo, músicas da época. O bolero, e toda a sua nostalgia, renasceram o tempo fazendo a todos sentirem-se nos “anos dourados”. Até mesmo, e propositadamente, os que não viveram aquela época. Exigido o traje típico, a ninguém fora permitido entrar naquele salão multicor sem estar a caráter, conforme a época. Moças (como eram chamadas na época) com vestidos vaporosos, e sobre decotes acentuados, jóias reluzentes. Penteados exóticos - não se sabe a que produtos trabalhados -, e até na maquiagem realçavam aqueles rostos de bonecas,(como diz minha mãe) lembrando os de Ava Gardner, Elisabeth Taylor, a exuberante Brigitte Bardot ou a sex Marilyn Monroe.
Os rapazes, todos uns almofadinhas metidos em blêizeres sobre camisas de seda, cabelos comportadamente penteados, como se a brilhantina houvesse voltado à moda. Perfume de gardênia nas meninas, colônia ou loção nos meninos. Que aroma transcendente a momentos idos e ali projetados, reproduzidos em luz cor, musicalidade, juventude e beleza. O som dos boleros a se propagar pelo salão, o compasso binário, os rodopios no assoalho. Todos dançando de rosto colado e, como regra, os rapazes a fazerem o elegante convite às moças: “dançaria este bolero comigo?” Cantarolei pra mim mesmo aquele bolero do João Bosco: “Sentindo um frio em minha alma/te convidei pra dançar/e a tua voz me acalmava/são dois pra lá, dois pra cá”.
Curti tudo aquilo ao máximo. Verdade que, quando solteiro, algumas vezes eu e Laerte íamos ao Previdenciário só pra dançar aqueles ”bolerões” e agradávamos àquelas moças com mais de quarenta. Mas, para essa festa beneficente, eu me produzi a caráter com a ajuda de minha mãe. Até me achei bonitinho. Tive especiais cuidados com Márcia, "gravidamente" linda. O João, meu irmão, era um típico mauricinho.
Foi uma noite de boleros inesquecíveis. Além do tradicionalíssimo Besame Mucho, não faltaram Dos Cruces, Frio en el alma, Tu me Acostumbraste, Noche de Ronda, Angústia, Quizas...Quizas, Nuesrtro Juramento, Sabra Dios, e muitos outros. Valeu mesmo. E todos foram beneficiados.
http://www.youtube.com/watch?v=ctwuWEFTUOA