ANTIVIDA

ANTIVIDA

30/01/13

Curvas que faço procurando a linha reta.

Nas laterais vultos que me ultrapassam fazendo-me retardar para respeitar a existência para com aqueles que não respeitam a sua própria existência.

Humanidade que procura na privação, a liberdade que não sabe usar.

Povo que se esconde em um capacete, ou atrás de um estreito cinto como forma de preservar sua própria vida.

Gente que cria leis para se isentar da culpa da inconsciência de usar substancias que lhes trazem a inconsciência permitida por lei.

Humanidade que encerra sua felicidade dentro de cofres, aprisionando-se pela eternidade para sentir-se livre por efêmeros segundos.

Povo que cria a infelicidade para crer no Deus seu salvador, perpetuando-a para Dele não se afastar.

Gente que para se preservar aniquila o seu ambiente gerando sua destruição.

Seres vivos com condição impar dentre os demais de raciocinar e só utilizam de sua irracionalidade, onde conseguem ser reais.

Homens que disputam a primazia do comando, incapazes de reconhecerem suas fraquezas e nelas traçarem suas estratégias de liderar a si mesmo.

Humanos que não aprendem com a repetição das desgraças que só duram enquanto o amarelecimento do papel não apagar as manchetes dos jornais.

Animais racionais que buscam no prolongamento da vida a consciência de sua degeneração.

Gente que cria bancos de pele para restaurar aparências esquecendo-se de que a destruição é da mente e da alma daqueles a quem só restaram às perdas.

Homens que se utilizam de sua necessidade vital de fechar os olhos para sair de seu estado de consciência para recuperar suas energias e, conscientemente, fecham seus olhos para não enxergar as obras de sua inconsciência.

Semelhantes aos quais nos propomos só distribuir felicidades apesar de sabermos que elas só existem se infelicidades existirem

Humanidade cuja evolução é a construção de sua destruição.

Para que criarmos armas e bombas se todos somos mortos vivos cuja realização almejada é a passagem desta vida para a conquista da vida eterna.

Valei-nos Santa Maria

Amém, ou melhor, AMEM.

Geraldo Cerqueira