O TEXTO PERFEITO
 
 
Dia desses recebi uma crítica negativa pelos textos que escrevo. Aquela crítica que nada diz, a pessoa apenas despeja toda amargura que carrega dentro de si. Disse que eu não sei escrever, que meus textos são: “medíocres, pobres, infantis, com frases sem sentidos e cheios de “erros de português”. Que eu nem sabia o que era análise sintática, silogismo, e que nunca havia ouvido falar em gramática. Por fim, que eu fosse ser trocador de ônibus abandonando de vez a profissão de escritor”.
Imediatamente, como que por um dispositivo automático que está dentro de mim, sem que eu possa controlar, lembrei da minha falecida mãe que dizia a seguinte frase: “filho todo cuidado é pouco com o perfeito. Na sua totalidade são psicopatas e por isso perigosos”. Não conformado com a opinião da minha mãe decidi pesquisar e fui direto na Wikipédia, lá pude confirmar as palavras da minha rainha, pois não é que ela estava coberta de razão, vejamos os sintomas da psicopatia:
 
Mesmo que não demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista enraizado na personalidade. São pessoas intimamente megalomaníacas (se acham superiores às outras pessoas), imprevisíveis, sem escrúpulos, excessivamente egoístas e egocêntricas... a todos o seu narcisismo, os psicopatas, a princípio nunca demonstram; entretanto, suas atitudes são típicas de alguém cujo "amor-próprio" é elevado. Podem ser pessoas excessivamente opiniáticas, autossuficientes ou vaidosas. Por isso, a principal característica de quem carrega o distúrbio consigo é ter os seus próprios interesses sempre em primeiro lugar, o tempo todo... por isso são exageradas: comem demais, praticam sexo demais, dormem demais, folgam demais, não tem responsabilidade e quando trabalham, é só para conseguir dinheiro e poder... é só para elas, o outro só serve como meio para obter ou fazer uso delas. Aparentemente elas apresentam transtornos como impulsividade, teimosia, dificuldades em seguir regras, são geralmente questionadoras e não aceitam qualquer resposta como verdade, o que as torna rebeldes por natureza. É bom que se diga que a psicopatia não é uma doença mental, é um estado da mente de algumas pessoas que nascem assim e assim morrerão. Não existe nenhum tratamento totalmente eficaz, nem psiquiátrico nem medicamentoso para tratar da psicopatia”.
 
Ainda sobre a tal crítica, a pessoa assinava como “professor da UNB”, mas com certeza não sabe nem onde fica. Queria demonstrar, talvez, que fosse o tal na língua portuguesa.
Já disse outra vez que não sou perfeito, longe de mim querer ter psicopatia, sou falho e dependendo do assunto posso cometer erros crassos, mas tenho me esforçado para chegar a um nível melhor, mais próximo do bom.
“O crítico”, na sua vontade tresloucada de criticar, cometeu um erro primário para quem crítica os outros, afirmou que eu cometo “erro de português”. Erro de português só pode acontecer quando aquele que nasceu em Portugal comete um ato errado. Na língua portuguesa não existe erro de português, pode existir erros: ortográficos, de concordância, regência, tempo, locução etc.
Por fim, foi “profundo” na sua crítica, citou Sócrates. Silogismo seria o substantivo que eu deveria estudar para melhor escrever. Saiu da gramática e foi para a Filosofia em segundos, na velocidade da luz. Mas esqueceu que meus textos não tratam de artigos científicos, ou qualquer outro trabalho acadêmico, são crônicas, narrativas e não dissertativas, contos, poesias e porque não dizer, um entretenimento para quem ler.
Mas não posso deixar “o culpado por inocente”, o colocarei no seu devido posto: meus textos são perfeitos, na humildade, na simplicidade, neles não encontra-se leviandade, maldade, perversão, mentiras, segundas intenções, muito menos distorções sobre vidas alheias. Certamente encontra-se a verdade, o que talvez tenha mexido com a sua história de vida.