A BIQUINHA E O BEBEDOURO

Nos meus tempos de infância, uma das coisas de que mais se falava, em Santo André, era de uma biquinha d’água existente na rua Luiz Pinto Flaquer, bem no centro da cidade. Ficava no muro de um terreno bem grande, onde existia o campo de futebol do Primeiro de Maio F.C., que, agora em 2013, está completando 100 anos de vida.

Todo andreense conhecia a biquinha, e, até, diziam que, aquele que tomasse de sua água, jamais sairia da cidade. Coisas do folclore.

Eu morava bem longe dela, lá na Vila Assunção. Não me lembro de ter tomado. Para se ter uma ideia (não tem mais acento), meu tio Bernardino, irmão de meu pai, morava bem perto da mesma, atrás da Igreja do Carmo, hoje nossa catedral. Para vir até a casa dele, o que não ocorria com frequência, era uma verdadeira viagem!

Creio que, até os anos 60, ela perdurou. Depois, sumiu. Interessante, que ainda hoje, não existe qualquer construção no local, que justificasse sua demolição. O terreno é utilizado como estacionamento.

Infelizmente, não sei nem de quem partiu a iniciativa, se do dono do terreno, ou da Municipalidade. Pode ser, até, em vista de sua água não ser mais própria para beber. Mas, bem que poderiam tê-la preservado, como um pequeno monumento da história do Município.

Infelizmente, nesta terra não há interesse em preservar a memória daquilo que foi, um dia, um ponto de referência de nossa história.

Igualmente, a mesma situação aconteceu com um bebedouro que existiu defronte a estação férrea de Santo André. Esse bebedouro servia para dar água aos cavalos dos carroceiros que estacionavam na estação, de onde transportavam as mercadorias chegadas, para seus compradores. Havia uma história até muito engraçada a respeito dele, segundo a qual, o prefeito que a inaugurou, na solenidade, foi o primeiro a beber de sua água!

O progresso se encarregou de removê-lo, pois se tornou inútil, sem dúvida. Porém, sua manutenção como algo histórico, bem que poderia ter sido preservada.

Dizem, as más línguas, que um prefeito da cidade levou-o para uma fazenda de sua propriedade.

Si è vero, è poco provato!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 30/01/2013
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