Segundo o dicionário, empatia significa 'sentir com...', ou seja, trata-se do exercício de colocar-se no lugar do outro, para perceber como este se sente em determinada situação.
Nesse momento de dor e comoção coletiva, o que se vê e o que se ouve são comentários muito condoídos, diante da fatídica tragédia em Santa Maria. Esta unanimidade de sentimentos, ratifica o que afirmamos outras vezes: todas e todos somos irmãos!
Somos fios de uma única teia chamada humanidade. Portanto, o que acontece com qualquer que seja destes humanos fios, de uma maneira ou outra, atinge a cada um de nós.
Em nossa gentitude somos todos e todas da mesma frágil e tênue matéria. Penso, seja oportuno refletir... ou, ao menos nos perguntar, para que tamanha arrogância quando o que nos difere são apenas questões econômicas, culturais, políticas ou sociais?
Na genuína constituição de nosso ser, além da constituição física, nosso sentir e nosso pensar, partem do mesmo princípio, a genética humana. Com respeito às especificidades, a condição humana nos homogeiniza enquanto seres biológicos...
Por outra vertente, se homo sapiens, vindos da mesma matriz, por que nos tratamos com tamanha desumanidade? Será mesmo necessária tão estúpida e excessiva rigorosidade e adversidade, quando nossas escolhas, nossos pensamentos, nossos credos e cores, apenas têm matizes diferentes?
Somos tão grandes e tão minúsculos...
Esse antagonismo, ontológico no ser humano é o que nos faz gente... a diversidade está em nós, da nossa fragilidade e finitude, à capacidade de transcender e ultrapassar limites...
Exercitemos pois, a empatia... Sejamos mais empáticos do que simpáticos, comecemos pelo respeito às diferenças, a tolerância e a amorosidade e, em quaisquer circunstâncias prevaleça o ser... seja essa prática, a construção de um outro mundo possível... mas, não esperemos pelo outro, tampouco para daqui a pouco, façamos isto desde agora, amanhã pode não amanhecer, enfim...
Se a sensibilidade humana é capaz de encontrar flores entre espinhos, talvez também nos seja possível encontrar sinais de vida entre as cinzas... e recomeçar!