COMO SOMOS VISTOS?CARIDADE.

Leio comentário de pessoa refinada por usar a inteligência com agudeza. E indaga, “como somos vistos pelos que nos olham?”.

As lentes que nos miram são variadas, uns olham com respeito, outros com raiva, outros mais com inveja, mais adiante alguns com repulsa, uma outra tribo com admiração, pouquíssimos com compreensão, MAIOR ESTÁGIO DA INTELIGÊNCIA, "logos" ampliado.

Somos vistos pelo que representamos para cada um, por vezes em ótica acanhada. E cada um guarda para si uma ótica de algo que viveu conosco ou percebeu e provocou essa ou aquela emoção. Como digo e acho, isto é enriquecedor para a evisceração de interiores mesmo à distância, o estudo e observação da vida anímica que gera profundo interesse para aspiramos melhorar e caminhar construindo, e finalmente, compreender.

A internet é um grande laboratório, e também para esse campo ótico, de ver e ser visto, mesmo que pela grafia, pelo mágico mundo da palavra que revela, terapêutica que é. Há abundância de opiniões, criteriosas ou não, trazendo maximamente seus diagnósticos autoexplicativos.

Esse torvelinho laboratorial, em demasia, faz fluir admiração, respeito, inveja, raiva, desprezo, encantamento, quase nenhuma compreensão.

Por quê? Por ser o mundo assim, plural e diverso em humanidades, com centro personalista majoritário.

Já senti a demonstração de riqueza de quem não é rico nem no sentido lato nem no estrito, como a exibição de pobreza de quem não é pobre, a pretensão de ser gênio de quem não é mais do que o comum dos mortais, a vontade de ser celebrizado por aqueles que nunca passarão do conhecimento de um sítio paroquial, a ilusão de ser o máximo e exclusivo ser caridoso quando doa a caridade que multidões doam, o pedantismo de ascensão que nunca existiu e inexistirá, o brilho que é absolutamente cinzento, etc.

A caridade salpicada de publicidade de tornar público reiteradamente a grandeza da alma beneficente é o que se divisa com restrições. Lamentável...

A necessidade pessoal de exibir-se do que faz caridosamente resulta no objetivo da protagonização da mera aparência. Por quê? Isso é uma das formas mais importantes de sermos vistos, a elevação do espírito que se entrega aos pobres e necessitados integralmente. Como os santos e mártires. Coisa historicamente contada nos dedos.

É o ser visto pelas lentes de aumento, que pensam próximas quando a avaliação se faz sobre o desconhecido, e assim sucessivamente, ou seja, sem parâmetros razoáveis.

Só somos vistos, é bom que se saiba, assim mesmo de forma precária, com razoável definição, por aqueles com quem convivemos, e ainda assim, com as restrições da vontade e interesses de cada um.

Só os grandes cérebros foram vistos de longe por suas ideias boas e revolucionárias no mundo enciclopédico da cultura positiva.

Somos vistos e passamos, principalmente ao nosso sangue, sucessão, nossa mensagem lapidada na vida.

Não é em vão que se abandonam pais e mães. É preciso buscar suas histórias, a razão, também indesculpável do abandono. Como negativamente vemos abandonos de irmãos, de forma plena ou relativa, daqueles cuja obrigação de zelar é de ordem natural.

É assim que vamos ser olhados, por outros e, principalmente, por nós mesmos, no grande e espaçoso anfiteatro da consciência.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/01/2013
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T4113007
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