ALUCINAÇÃO
Como o céu está lindo...sem estrelas sem transparência...é sinal que a vida se esconde entre brilho, odor, sorrisos, implicando cada vez mais na desorganização de meus pensamentos.
Se ao menos por um instante víssemos pássaros voando livres como cardeais, bem-te-vis, pintassilgos, Garrastazu Médice, o mundo seria diferente, sim ó sim, seria diferente.
As pessoas quereriam para si celulites, infecções, tragédias e não queixariam de formosura, elegância e dispor de boa saúde.
O mundo é um poço de problemas que não se esgotam. A água proveniente do poço é cinza. Cinza como ratos em putrefação. Cinzas como a violência urbana, cinzas como os sete pecados capitais. Cinza como cinza, somente cinza nada mais que cinza.
As roldanas são pernas brancas, pretas, coloridas que se movem e levam consigo a verdadeira justificativa do presente momento e as esperanças por dias melhores. Roldanas paralíticas, só ouvem, não agem como o céu o mar, o Maranhão. Êta Mar!!! Ou seria Itamar?
O poço é gratuito, a água é de graça. Quem não quer problemas? Eles estão aí esperando por você nos becos, vilas, esquinas, como na rua na chuva e na fazenda ou numa casinha de sapé.
Altos falantes, folhas sobre o chão, anunciam: “Problemas-um dia você terá um”
Duas, três, talvez quatro argolinhas mas quem está se casando? Não estou entendendo.
Começa a surgir no céu, uma, duas três (por favor, leitor não leia, se não nasce verrugas), infinitas estrelas, umas verdes, outras azuis, mas a que mais me chamou a atenção foi uma estrela perfumada, com listras rosas, era feia, mas era uma estrela.
Naquele momento estava no Boticário com meus óculos de 3ª dimensão.
Ouço um barulho:
- Quem é?
_Sou eu.
_Eu quem?
_Sou o verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver.
_Porque não falou logo! Pode entrar a aorta está aberta. ( que bom usar a linguagem fática).
_Senhora!
_Fala verme.
_ Posso tomar um pouco de suco pancreático, e um pouco dessa substância gelatinosa de seu sangue?
_Pode sim verme. Haaa, mas deixa um resto para o meu filho Estéfano, Diástole e Sístole, ok?
_Senhora???
_O que verme???
_Estou com sono.
_ Uê, dorme...
_Vou ficar um pouco no seu colo intestinal para depois viajar por mares de morros isolados nunca dantes navegados.
_Adeus Verme!
E nesse momento a senhora pressionou a descarga e nunca mais viu o verme.
E assim viveu feliz para sempre
************
Escrito em fins de 1999.
Como o céu está lindo...sem estrelas sem transparência...é sinal que a vida se esconde entre brilho, odor, sorrisos, implicando cada vez mais na desorganização de meus pensamentos.
Se ao menos por um instante víssemos pássaros voando livres como cardeais, bem-te-vis, pintassilgos, Garrastazu Médice, o mundo seria diferente, sim ó sim, seria diferente.
As pessoas quereriam para si celulites, infecções, tragédias e não queixariam de formosura, elegância e dispor de boa saúde.
O mundo é um poço de problemas que não se esgotam. A água proveniente do poço é cinza. Cinza como ratos em putrefação. Cinzas como a violência urbana, cinzas como os sete pecados capitais. Cinza como cinza, somente cinza nada mais que cinza.
As roldanas são pernas brancas, pretas, coloridas que se movem e levam consigo a verdadeira justificativa do presente momento e as esperanças por dias melhores. Roldanas paralíticas, só ouvem, não agem como o céu o mar, o Maranhão. Êta Mar!!! Ou seria Itamar?
O poço é gratuito, a água é de graça. Quem não quer problemas? Eles estão aí esperando por você nos becos, vilas, esquinas, como na rua na chuva e na fazenda ou numa casinha de sapé.
Altos falantes, folhas sobre o chão, anunciam: “Problemas-um dia você terá um”
Duas, três, talvez quatro argolinhas mas quem está se casando? Não estou entendendo.
Começa a surgir no céu, uma, duas três (por favor, leitor não leia, se não nasce verrugas), infinitas estrelas, umas verdes, outras azuis, mas a que mais me chamou a atenção foi uma estrela perfumada, com listras rosas, era feia, mas era uma estrela.
Naquele momento estava no Boticário com meus óculos de 3ª dimensão.
Ouço um barulho:
- Quem é?
_Sou eu.
_Eu quem?
_Sou o verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver.
_Porque não falou logo! Pode entrar a aorta está aberta. ( que bom usar a linguagem fática).
_Senhora!
_Fala verme.
_ Posso tomar um pouco de suco pancreático, e um pouco dessa substância gelatinosa de seu sangue?
_Pode sim verme. Haaa, mas deixa um resto para o meu filho Estéfano, Diástole e Sístole, ok?
_Senhora???
_O que verme???
_Estou com sono.
_ Uê, dorme...
_Vou ficar um pouco no seu colo intestinal para depois viajar por mares de morros isolados nunca dantes navegados.
_Adeus Verme!
E nesse momento a senhora pressionou a descarga e nunca mais viu o verme.
E assim viveu feliz para sempre
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Escrito em fins de 1999.