A REAÇÃO
 
 
A vida é um emaranhado de fatos sucessivos e surpreendentes. Uns nascem, enquanto outros encerram suas jornadas terrenas. Alguns, prematuramente. A violência nas grandes cidades (e, cada vez mais, nos pequenos centros) instalou-se de tal forma que a gente se pergunta como é que suportamos tudo sem reagir. Se reagir, morre. Se obedecer, morre também!
 
Hoje, diante de tanta notícia ruim, passei o dia todo sem nenhuma vontade de nada! Não li nada, não escrevi coisa alguma, nada fiz acontecer de importante ou que merecesse destaque. Fiquei, por assim dizer, em estado de apatia, sonolenta, triste.
 
Mas, quem não se sente assim em pleno verão que garoa por dias e dias e faz um frio de dezessete graus centígrados? Dá disposição pra nada não... Indubitavelmente, este mês de Janeiro, para nós paulistanos, tem todo o ar de inverno rigoroso! Ah, assim não dá!
 
Mas eu reagi. Com vontade! Sentei-me, confortavelmente, nessa poltrona diante do computador e, mesmo com as constantes dores nos dois ombros, decidi escrever e esquecer tudo o que as más notícias têm me causado. Um misto de dor, revolta e medo.
 
Não quero ouvir mais nada. Não quero saber de mais tragédias, que essa repetição só nos angustia ainda mais.
Quero brindar à felicidade e à vida, enquanto ela nos brinda. Continuarei orando por aqueles que se foram e pelos que aqui ficaram inconsoláveis. Que tenhamos força para suportar as adversidades e fé para superá-las.

 
 
(Milla Pereira)