Hoje como Ontem

(só pra lembrar)

Baseio-me unicamente na leitura dos jornais e no noticiário da TV. O que não é suficiente – e nem é essa a intenção – para a comprovação de nada.

Há cerca de dez anos os Anões do Orçamento estavam na crista da onda. Falava-se na CPI do Orçamento, como se fala agora na CPI do Banestado. Nomes como os de Ibsen Pinheiro, Carlos Benevides, Fábio Raunheitti, Feres Nader, José Geraldo, Raquel Cândido e, é claro, o anão-chefe João Alves não saiam das páginas dos jornais. Não sabemos se essas pessoas desistiram da vida pública. Mas o certo é que elas devem continuar vivendo confortavelmente com os polpudos resultados das falcatruas que protagonizaram e que rendiam manchetes diárias na imprensa. Que devem estar bem guardados debaixo dos colchões ou em paraísos fiscais no Caribe.

Seus rendimentos devem equivaler (ou superar) os salários vitalícios dos felizardos conselheiros dos Tribunais de Contas de alguns dos nossos municípios ou estados. Rendimentos que só vão perder quando falecerem.

Hoje a coisa caminhou um pouco mais adiante. Respingos das falcatruas parecem atingir o próprio Governo Federal, cujos maiores representantes originam-se do PT. Sendo o PT o partido que aprendemos a considerar como referência no que diz respeito à probidade, seriedade, etc. E, no entanto, temos aí o Sr. Waldomiro enlaçado com o Ministro Dirceu, o mesmo que, quando mais novo, precisou mudar a aparência do rosto para poder entrar no país. Será que o peso ideológico que o fêz correr tanto risco de vida é o mesmo que permeia o seu pensamento de agora? Temos aí o Sr. Meirelles e o Sr. Presidente do Banco do Brasil indecisos quanto a prestarem declarações a respeito de suas atuações a frente dos órgãos que dirigem ou que interfiram com os órgãos que dirigem. Como indecisas estão as pessoas que devem cobrar desses cidadãos as declarações que eles deveriam ter a decência de prestar à sociedade, sem que para isso tivessem a obrigação de fazê-lo.

Hoje é como ontem ou pior?

Rio, 14/08/2004