Santa Maria...
A morte é sempre uma coisa estranha, por mais que saibamos que ela é inevitável. Agora, quando ela vem de forma escandalosa, com requintes de crueldade, causa um estranhamento que até parece que não sabemos que nascemos pra morrer.
Todos esperamos e desejamos uma morte suave e de preferência, antes daqueles que amamos, principalmente nossos filhos.
Mas a vida é cruel. A vida nos deixa quando menos esperamos e às vezes, nos deixa sem chão, ao abandonar a quem menos parecia provável. Jovens cheios de saúde, de energia, de expectativa de vida, em poucos minutos, transformados em triste lembrança, amontoados, queimados, perdidos intempestivamente.
Alguns dirão, sem pensar é claro, que se eles não estivessem "na noitada", talvez ainda estivessem vivos. Mas isso é grande bobagem, pois a violência que nos ronda é tamanha, que já não podemos nos sentir seguros onde quer que seja. Nem na escola, na rua, na igreja.
Isso não é o que importa agora. É tempo de os pais chorarem seus filhos, cujo futuro deixou de existir.
Mas temos outros jovens e outras boates. E não deixaremos de tê-los, pois isso é próprio da cultura atual. O que não deveria ser aceitável, é a falta de bom senso por parte dos comerciantes, que não se preparam adequadamente para promover tais eventos. A ganância cega. O desejo de lucro desenfreado impede que se pense na possibilidade de acidentes. E eis o resultado, mais que previsível.
Não adianta agora, encontrar os responsáveis e punir. Isso não ressuscita ninguém, não diminui a dor dos feridos, ou dos que não verão mais seus queridos. Não adianta massacrar mais ninguém, pois é certo que a consciência dos responsáveis, ou não existe, ou já lhes está atordoando.
Esse tipo de fato, guardadas as proporções, já ocorreu em Belo Horizonte, em São Paulo, no Rio de Janeiro e sabe-se lá onde mais.... então, é previsível. Pode ser evitado.
A prevenção é a solução para quase tudo.