KISS – O BEIJO AMARGO
Por Carlos Sena
“Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós”... Depois da tragédia, o “rescaldo”. Não o das chamas que ainda queimam; não o do prédio que foi palco da maior tragédia da nossa história no gênero. O rescaldo maior, o mais dolorido e que talvez nunca passe, nunca se esqueça, é o rescaldo da SAUDADE. Os amigos sentirão saudade, os colegas de turma, saudade; os professores, os vizinhos, os namorados, enfim todos, saudade. No singular! Porque SAUDADES mesmo quem vai sentir sempre são os pais. Esses sim saberão da dor e da amargura de se buscar sem se ter, se quiserem permanece vivos... “Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós” – talvez seja essa a saída para que as saudades sejam embaladas e virem sonhos. Sonhos que um dia ninguém sonhou, mas que numa noite virou terror e tormento e morte. “Santa Maria, rogai por nós que mais que recorremos a vós” – assim deve ser a reza, a prece apressada para a vida que também é apressada.
Morrer jovem é como ser sem nunca ter sido; é como competir, ganhar um prêmio, mas não leva-lo. O prêmio, no caso é o da vida. Atrevida, essa vida que ávida nos dá o tempo, mas que sem dádiva nos tira o sustento ao nos afastar de quem amamos. Talvez seja esse o sentimento dos pais a quem as saudades jamais desalojarão dos seus corações. Certo que a vida é única em qualquer idade, mas a gente sabe que não pode ser feliz quando velho se quando jovem não o foi, não cometeu todas as extravagâncias que a idade faculta; não teceu todas as ilusões que a velhice dificulta.
Sabemos que estando vivo morre, mas morrer-se idoso dá-nos a sensação de que se cumpriu a vida em sua plenitude. No episódio Santa Maria, as saudades não tem prazo de validade. Vai valer o amor – esse o ingrediente maior para que as saudades não se dissipem pelas ruas das avenidas em busca de novo beijo. Kiss – um beijo de morte orquestrado pelo capitalismo selvagem. Kiss – um beijo de pouca sorte para os pais que, por mais austeros que sejam querem que os filhos se divirtam, porque ser jovem sem diversão é como ir a Roma e não ver o Papa; como ter um carro zero na garagem que não pega nem no tranco; como fazer sexo sem beijar... Kiss – esse beijo amargo vai ficar no coração dos familiares. Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós...
Por Carlos Sena
“Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós”... Depois da tragédia, o “rescaldo”. Não o das chamas que ainda queimam; não o do prédio que foi palco da maior tragédia da nossa história no gênero. O rescaldo maior, o mais dolorido e que talvez nunca passe, nunca se esqueça, é o rescaldo da SAUDADE. Os amigos sentirão saudade, os colegas de turma, saudade; os professores, os vizinhos, os namorados, enfim todos, saudade. No singular! Porque SAUDADES mesmo quem vai sentir sempre são os pais. Esses sim saberão da dor e da amargura de se buscar sem se ter, se quiserem permanece vivos... “Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós” – talvez seja essa a saída para que as saudades sejam embaladas e virem sonhos. Sonhos que um dia ninguém sonhou, mas que numa noite virou terror e tormento e morte. “Santa Maria, rogai por nós que mais que recorremos a vós” – assim deve ser a reza, a prece apressada para a vida que também é apressada.
Morrer jovem é como ser sem nunca ter sido; é como competir, ganhar um prêmio, mas não leva-lo. O prêmio, no caso é o da vida. Atrevida, essa vida que ávida nos dá o tempo, mas que sem dádiva nos tira o sustento ao nos afastar de quem amamos. Talvez seja esse o sentimento dos pais a quem as saudades jamais desalojarão dos seus corações. Certo que a vida é única em qualquer idade, mas a gente sabe que não pode ser feliz quando velho se quando jovem não o foi, não cometeu todas as extravagâncias que a idade faculta; não teceu todas as ilusões que a velhice dificulta.
Sabemos que estando vivo morre, mas morrer-se idoso dá-nos a sensação de que se cumpriu a vida em sua plenitude. No episódio Santa Maria, as saudades não tem prazo de validade. Vai valer o amor – esse o ingrediente maior para que as saudades não se dissipem pelas ruas das avenidas em busca de novo beijo. Kiss – um beijo de morte orquestrado pelo capitalismo selvagem. Kiss – um beijo de pouca sorte para os pais que, por mais austeros que sejam querem que os filhos se divirtam, porque ser jovem sem diversão é como ir a Roma e não ver o Papa; como ter um carro zero na garagem que não pega nem no tranco; como fazer sexo sem beijar... Kiss – esse beijo amargo vai ficar no coração dos familiares. Santa Maria, rogai por nós que recorremos a vós...