MI CABEZA CUBANA
Em minha cabeça Cubana
Vivem a Poesia e a Revolução
Umas vezes sou a guerra
Noutras sou a paz
Tenho pernas para subir montanhas
São pernas guerrilheiras
Descobertas não por acaso
Mas quando saí de casa
E entrei pela primeira vez
Em um trem lotado de trabalhadores.
Nunca fui de colecionar panfletos
Porém sempre abracei manifestos
Encontrei nas ruas as armas que nos oprime
E as bandeiras que nos orgulha
Pegar ou não,
Sempre foi questão irrelevante
Porque em primeiro plano
Ainda está a dignidade do coletivo
A coragem de gritar contra os muros
Encostar na parede a dor do outro
A fome do camponês
Abrir as mãos e os olhos
Porque o coração, às vezes,
Fica na trincheira
E como o inimigo, nos fere,
Nos ataca no escuro
E depois faz os curativos.
Ricardo Mezavila
(poeta y revolucionario)