Crônica do patrulhismo
O patrulhismo é incompatível com a compreensão e com a convivência. O patrulhismo é incompatível com a confiança de uma pessoa pela outra, inclusive nas relações profissionais.
O patrulhismo é uma triste herança do totalitarismo e das ditaduras baseadas na famigerada Doutrina de Segurança Nacional e, quando colocada no dia a dia, torna-se algo inconveniente e patético. O patrulhismo diminui o indivíduo e o coloca refém de suas posturas passionais - por vezes, pueris - entre ciúmes e crises emocionais.
O patrulhismo cega a compreensão cotidiana - ignorando até sentimentos triviais como a amizade e a confiança. Quando somos patrulhistas, nos rebaixamos ao nível daquilo que há de mais comezinho e ridículo - algo aquém daquilo que nos dignifica em toda essência, na condição plena e viva de ser humano, em toda a plenitude!
O patrulhismo, enfim, é um câncer a ser extirpado em nós. Que não sejamos escravos das nossas fugidias emoções. Que a consciência nossa e das pessoas queridas que nos cercam não nos ceguem, a ponto de diminuirmos e chegarmos ao ponto de exercer esta triste prática que escraviza, em suma, o ser humano.