Vende-se nostalgia
Não, não é invenção! Há quem venda e há quem compre nostalgia. Você pensou em poesia? Pensou certo. Pense nas novas músicas que lhe conquistaram. Agora busque na memória um ritmo parecido vindo lá do seu tempo de infância ou de adolescência. Assim é que Renato Russo se assemelha a Jerry Adriane. Daniela Mercury faz recordar a ginga de Clara Nunes. Maria Rita faz sonhar que Elis vive. Marisa Monte, que bastaria ser Marisa com sua voz límpida de instrumento, para alguns trará recordações do Kid Abelha. O mercado musical sabedor deste quê de passado que todos têm dentro de si, quando quer vender um novo ritmo o divulga entre duas composições já consagradas, do contrário o ouvinte mudaria de emissora para não se sujeitar ao bombardeio sonoro desconhecido. Até a grudenta canção de Celine Dion em “Titanic” é tolerada por conta do grande amor interpretado por Leo e Kate. E o cinema? Por ventura seus filmes preferidos não tem o mesmo tema? O que “Toy History” tem em comum com “Hair”? Se você ainda duvida pense nas propagandas de alimentos. Avós suaves e sorridentes conseguem trazer o sabor de infância com a mágica gordurosa de um tablete que vem em caixinha. Artigos da mesma marca são vendidos em nome de tal e tal reminiscência. Pacotes de turismo são comprados com a ilusão de se reviver uma página da História. E onde estaria a poesia? Se agora há um eu filosófico que sabe da impossibilidade de banhar-se duas vezes nas mesmas águas do rio, há outro eu que recorda e quanto mais se distancia da nascente pinta com cores cada vez mais frescas as águas das lembranças.
Não, não é invenção! Há quem venda e há quem compre nostalgia. Você pensou em poesia? Pensou certo. Pense nas novas músicas que lhe conquistaram. Agora busque na memória um ritmo parecido vindo lá do seu tempo de infância ou de adolescência. Assim é que Renato Russo se assemelha a Jerry Adriane. Daniela Mercury faz recordar a ginga de Clara Nunes. Maria Rita faz sonhar que Elis vive. Marisa Monte, que bastaria ser Marisa com sua voz límpida de instrumento, para alguns trará recordações do Kid Abelha. O mercado musical sabedor deste quê de passado que todos têm dentro de si, quando quer vender um novo ritmo o divulga entre duas composições já consagradas, do contrário o ouvinte mudaria de emissora para não se sujeitar ao bombardeio sonoro desconhecido. Até a grudenta canção de Celine Dion em “Titanic” é tolerada por conta do grande amor interpretado por Leo e Kate. E o cinema? Por ventura seus filmes preferidos não tem o mesmo tema? O que “Toy History” tem em comum com “Hair”? Se você ainda duvida pense nas propagandas de alimentos. Avós suaves e sorridentes conseguem trazer o sabor de infância com a mágica gordurosa de um tablete que vem em caixinha. Artigos da mesma marca são vendidos em nome de tal e tal reminiscência. Pacotes de turismo são comprados com a ilusão de se reviver uma página da História. E onde estaria a poesia? Se agora há um eu filosófico que sabe da impossibilidade de banhar-se duas vezes nas mesmas águas do rio, há outro eu que recorda e quanto mais se distancia da nascente pinta com cores cada vez mais frescas as águas das lembranças.