Os verbos da nossa vida


Disseram que meus verbos preferidos são: amar, comprar, escrever, ler e cervejar. Ri. Mudaria a ordem e excluiria o último. Mas é interessante a forma como somos vistos por outros, momentaneamente. Resolvi, então, pensar nos verbos que gosto e pouco pratico como emagrecer ou comer chouriço. Brincadeira! Vamos aos verbos que quase não admitimos: tropeçar, fracassar, atrofiar as vias pulsantes do cérebro do andar inferior. Meio sem eira e nem beira perguntamos: e agora, doutor? Como se este tivesse obrigação de saber nos responder a tudo. Contanto que ele não nos amedronte, aterrorize ou nos faça perder o horizonte, oferecemos os ouvidos devagar, mas eles têm sempre muita pressa. Somos um número no universo capitalista que atinge todas as esferas, sejam elas humanas ou desumanas. Portanto, comprar rima com todas elas se transformando em terapia, telenovela, ou filosofia, mas definitivamente, não seria meu segundo verbo por mais que tivesse sonhado em progredir na vida. Na medida em que vamos vencendo obstáculos o que mais desejamos é não perder saúde interna, pois valores exteriores podem a qualquer instante pular a janela. Os verbos que nos mantém vivos são os provenientes de amar em todos os sentidos. Enquanto amo, celebro, deve ser por isso que cervejar entrou na lista.

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 25/01/2013
Reeditado em 27/01/2013
Código do texto: T4105063
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