SOBRE A VIDA
Entre muitas manifestações com as quais se procura definir a existência e nela justificar erros e descaminhos ao desatar os nós no labirinto das relações humanas, uma lição se tira do tacho da vida e experimenta-se na colher de pau com que, poeticamente, Cora Coralina adoçou o acre sabor dos dias. A escola da vida não cobra matrícula; o tempo é o grande mestre. (1).
Nada mais se comprova com igual empirismo. A vida é uma escola em cujas salas assistem-se às aulas do mundo e exercitam-se as lições de cada dia.
Em criança, aprende-se que “a vida é bela” (2) no “despontar da existência”, (3) quando “respira a alma a inocência, como o perfume a flor" (4).
Entre muitas manifestações com as quais se procura definir a existência e nela justificar erros e descaminhos ao desatar os nós no labirinto das relações humanas, uma lição se tira do tacho da vida e experimenta-se na colher de pau com que, poeticamente, Cora Coralina adoçou o acre sabor dos dias. A escola da vida não cobra matrícula; o tempo é o grande mestre. (1).
Nada mais se comprova com igual empirismo. A vida é uma escola em cujas salas assistem-se às aulas do mundo e exercitam-se as lições de cada dia.
Em criança, aprende-se que “a vida é bela” (2) no “despontar da existência”, (3) quando “respira a alma a inocência, como o perfume a flor" (4).
Na primavera dos anos, aprende-se que “a vida é um sonho” (5) e vive-se “um sonho sonhado” (6) até descobrir-se que “no meio do caminho tinha uma pedra” (7) e que “viver é perigoso” (8), pois “A vida é luta renhida. Viver é lutar. A vida é combate, que os fracos abate, que os bravos, que os forte, só pode exaltar” (9).
Depois, já na curva da existência, a saudade - vontade de ver de novo -, reporta-se ao filme da vida “em algum lugar do passado” (10).
E, só nesse estágio, descobre-se que “viver é pertencer a outrem. Morrer é pertencer a outrem” (11), mas talvez, em algum momento, nunca será tarde para se descobrir que "a vida só é possível se reinventada" (12) , com o “sentimento do mundo” (13), e “de mãos dadas” (14) àqueles que um dia as recusaram.
1. Cora Coralina
2. Filme de Roberto Benigni
3. Casimiro de Abreu
4. Idem
5. Calderón de La Barca
6. Carlos Drummond de Andrade
7. idem
8. Guimarães Rosa
9. Gonçalves Dias
10. Filme baseado na obra do mesmo nome, de Richard Matheson
11. Fernando Pessoa
12. Cecília Meireles
13. Carlos Drummond de Andrade
14. idem