As aparências enganam...
Hoje aproveitando certo momento de calmaria acessei o site “Momento de Reflexão” e encontrei o texto: “As Aparências Enganam”.
O conteúdo dessa escrita demonstrava a situação de uma órfã que vivia em um abrigo – desses muitos que estão por aí – e que era discriminada pela sua aparência, por ser uma menina sem encantos e sobretudo problemática, já que, por contingência da vida, havia criado sob sua retaguarda uma forma humana de se defender do isolamento, por isso transmitia para as pessoas certa antipatia; a ponto de o próprio diretor do orfanato querer achar motivos para se desvincular de sua guarda.
Como é próprio do ser humano, as outras crianças também a perseguiam por ser uma pessoa visada e mais fraca. Assim, levavam para o diretor todo tipo de intriga que sempre a machucava ainda mais. Em face dessas fofocas chegou ao diretor a informação de que aquela menina estaria se relacionando com terceiras pessoas fora do internato. O Diretor foi investigar sobre a denúncia quando reparou que ela havia deixado um bilhete sobre os ramos de uma planta no jardim. O bilhete dizia apenas que: “A QUALQUER PESSOA QUE ENCONTRAR ESTE PAPEL: EU GOSTO DE VOCÊ!
Essa lição demonstra o quanto aquela menina estava só, tanto que não tinha sequer para quem mandar um bilhete. Havia necessidade de aquela criança expressar seu amor, mas ninguém lhe dava atenção, por isso escrevia bilhetes anônimos para pessoas que não conhecia, com o fim de expressar sua condição humana de pessoa solitária.
Recentemente também recebi um e-mail de amigos virtuais enfatizando o relacionamento entre funcionários de uma empresa, quando se observava que um deles não se integrava aos demais, por isso era alvo de anedotas e de brincadeiras de mau-gosto. Foi assim que aquele que se julgava mais esperto planejou uma forma de humilhar aquele cidadão tão taciturno e tão “esquisito” perante os demais do grupo (isso dentro daquela visão estrábica e desinformada). Esse cidadão que se julgava o maioral foi a uma pescaria e pegou muitos peixes, trazendo alguns exemplares de presente para os amigos e um embrulho com ossos e espinhos que seriam presenteados para aquele estranho que não se aproximava do grupo.
Quando o funcionário (alvo) recebeu o embrulho sua reação foi a mais inesperada possível. Agradeceu com ardor o presente e enfatizou que aquele pouco que lhe estava sendo oferecido iria saciar a fome dos seus filhos. Explicou todas as razões que o levavam a ser uma pessoa distante, inclusive relatando seu calvário e dificuldades que passava, por ter uma esposa doente, um salário que mal dava para suprir as necessidades básicas da sua casa etc.etc.
A brincadeira se transformou em vergonha e humilhação para o autor daquela vil brincadeira, refletindo como uma chicotada em todos os outros que viam aquele homem como ser desprezível, mas que, a partir daquele momento conseguiam enxergar coisas que não conseguiam ver quando faziam uma análise distante e irreal.
Os exemplos são muitos nesse sentido, ou seja, de que as pessoas em certos casos preferem ficar de longe fazendo uma avaliação negativa, ao invés de se aproximar e se inteirar dos problemas que afligem um colega de trabalho, pois ninguém que é infeliz se mostra capaz de produzir forças para se integrar, considerando que muitas vezes os problemas amordaçam as iniciativas e impedem que a pessoa seja mais social.
É importante ressaltar que somente a felicidade e o bom humor causam uma sensação diferenciada que ajuda no relacionamento coletivo. Nunca tirar conclusões precipitadas. Se existir alguém taciturno, vamos respeitá-lo e esperar o melhor momento para um bom diálogo.
Um alerta final: As aparências são enganadoras e perigosas. A pessoa que tem amor no coração não se deixa enganar por elas. Assim, antes de criticar, julgar ou condenar alguém, vamos dar-lhe oportunidade de expressar suas razões sob pena de cometermos as mesmas injustiças acima relatadas.