Crônica de uma manhã com alergia e outros achaques
Hoje, 25 de janeiro de 2013, amanheci sem aguentar ir ao trabalho: alergia respiratória, febril, dor no ouvido esquerdo, dor nas costas, dor no joelho direito, dor no pé esquerdo, que, há dias, está inchado sem ter sido machucado. Que coisa! Ainda bem que, parece, tudo vai bem com o coração e a pressão arterial, até porque tomo sempre, diária e corretamente, a medicação do cardiologista.
Levantei-me, triste e aborrecido por causa de tantos incômodos físicos, é claro, mas, apesar de tudo, pensando que aguentaria ir trabalhar, e até mesmo desejoso disso. Que nada, não aguentei! E o pior é que nem adianta ir ao médico. Sim, não adianta, já tenho experiência. Antes, quando estava assim, ia correndo ao médico, agora já não vou. Não vou mais, porque não tem adiantado ir. Vou-me, naturalmente, resignando com o tempo. É a pedagogia da vida.
Esses achaques patológicos – que, presumo, naturalmente devem ser mais creditados à data de nascimento um pouco avançada, mas não somente a ela – já me perseguem faz muito tempo, com intervalos cíclicos de dois, três anos. Antes, eu corria ao ortopedista ou clínico geral mesmo, que, depois dos vários exames de sangue e outras essências, me enchiam de medicamentos, mas os inchaços e a maldita dor das costas e do pé, não iam embora, como não vão. Só com o tempo.
Não sou médico, só estudei – durante um semestre, registre-se – Medicina Legal, que cuida mesmo é do corpo morto que não morreu por antecedentes patológicos, a morte matada, como simploriamente dizem os leigos e ironicamente dizem os engraçadinhos, dentre os quais, às vezes, estou incluído. A despeito disso, sei que tais achaques vão passar, como já passaram tantas vezes. Isso posto, vou-me deitar e curtir sem querer essa moleza, até que se vá.
Espero, sinceramente, não ter de ir ao médico. Já não aguento aquele ritual macabro de furar, não raro ambos os braços, retirar bastante sangue, aguardar o resultado, depois voltar ao médico, e seguir todo o restante da coisa, como já sabemos. Caramba! Acreditem se quiserem, mas só de pensar já fico aborrecido.
Ah, sim!... Engraçado, pelo visto, ninguém gostou, nem mesmo os colegas advogados, da crônica “O advogado, o contraditório e a ampla defesa”, que escrevi e publiquei ontem. Eu, hein! Coisa esquisita. Mas, pouco se me dá. Não raro, escrevo para agradar a mim mesmo, se os outros gostam ou não é mera consequência. Gostei da crônica e reafirmo aqui tudo o que disse lá. Costumo sustentar de pé o que falo sentado.
Vou-me deitar, porque estou mesmo é com febre e caxingando, com o pé inchado.