MUSEU DE ARTE SACRA DE S. PAULO
Trata-se de um dos locais da capital que todos independente de idade, credo ou origem devem conhecer.
Mais central não poderia ser porque fica exatamente na Estação da Luz, centro do centro velho de São Paulo.
Instalado no Mosteiro da luz, ocupa uma área grande com salas e corredores que limitam o pátio interno, onde uma fonte “canora”, de pedra, faz o fundo musical daquele local que, apesar do burburinho lá de fora, conseguiu aprisionar o silêncio no antigo claustro.
Muitas imagens sacras que pertenceram às fazendas e igrejas que o progresso derrubou, contam a história do Estado desde a época da capitania, através de objetos litúrgicos, como cálices, patenas, ostensórios, turíbulos, incensórios, sanguíneos, alvas, casulas, manípulos, estolas, galhetas, jarras, bacias, castiçais, anéis, etc. confeccionados em pedra, tecido rendado, bordado ou pintado, madeira policromada ou forrada com folhas de ouro, ouro maciço e prata, cravejados de pedras preciosas e semipreciosas.
Lá podemos visitar uma cela onde dormiam os monges na época da construção do mosteiro.
Paredes de taipa (barro em travejamento de madeira), piso de barro batido, com algumas lajotas de barro cozido, e teto feito pelas tábuas do assoalho do piso superior.
A cama é uma tarimba (armação de madeira, pouco menor que uma cama atual de solteiro, cujo estrado é feito com tiras de sola entrelaçada) com altura em torno de 60 cm para manter longe da umidade do piso, a palha que substituía o colchão.
Uma cadeira sem braços, um genuflexório, mesinha sem gaveta, uma lamparina.
Na parede, quatro tarugos de madeira pregados numa tábua, pequena e estreita, que servia de cabide.
No vão da porta, para manter a privacidade do monge, a cortina de chita, tudo de acordo com o voto de pobreza que, com os votos de obediência e castidade, orientavam as vidas daquelas pessoas que abandonavam tudo para se dedicarem à igreja e aos irmãos em cristo, geralmente, necessitados.
Paralela ao museu, a exposição de presépios.
Há peças do mundo todo.
Entre eles o de barro cozido feito pelo mestre Vitalino Pereira dos Santos -Pernambucano da cidade de Caruaru, cujas peças, apesar de primitivas são tão expressivas, que fazem parte dos acervos dos museus da vários países das Américas e da Europa, principalmente, França e Itália.
Esses presépios foram confeccionados com madeira, tecido, cerâmica, metal e papel.
Há que se destacar o presépio napolitano, doação da família Matarazzo ao Estado de S. Paulo que é tão grande que ocupa todo o primeiro andar.
A visita ao Museu de Arte Sacra do Estado de São Paulo é um daqueles programas, que devem ser repetidos, sempre que haja oportunidade.